São Paulo – O dólar comercial recuou 0,20% nesta quinta-feira (23) e terminou o dia cotado a R$ 5,3860.
A desvalorização da moeda norte-americana ocorreu em meio ao avanço de mais de 5% no preço do petróleo, às negociações comerciais entre Estados Unidos e China e às sanções impostas por Washington ao setor de energia da Rússia.
Na véspera (22), durante encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que pretende questionar as compras chinesas de petróleo russo em reunião marcada para a próxima semana na Coreia do Sul. Além disso, o governo norte-americano anunciou sanções contra as gigantes russas Rosneft e Lukoil, medida que busca pressionar o presidente Vladimir Putin a negociar o fim da guerra na Ucrânia.
Novas restrições europeias ao setor de energia russo impulsionaram as cotações do petróleo, movimento que costuma favorecer moedas de países exportadores de commodities.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a possibilidade de um novo corte de juros nos Estados Unidos, combinada à expectativa de Selic elevada por mais tempo no Brasil, mantém o diferencial de taxa atraente e sustenta a entrada de recursos no mercado doméstico.
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Também contribuíram para o apetite por risco as sinalizações de estímulo ao consumo e de fortalecimento tecnológico na China, bem como a perspectiva de avanço nas relações comerciais entre Washington e Pequim. A agenda diplomática que inclui o encontro entre o presidente Lula e Donald Trump foi citada por agentes financeiros como fator adicional de redução de incertezas.
Na sessão anterior (22), o dólar havia subido 0,13% frente ao real, fechando a R$ 5,3969.