São Paulo, 31 de julho de 2025 – O dólar à vista encerrou esta quinta-feira cotado a R$ 5,6008, alta de 0,21% em relação ao fechamento anterior. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumulou valorização de 3,07% sobre o real em julho.
A pressão cambial acompanhou o fortalecimento global da divisa dos Estados Unidos – o índice DXY subia 0,25%, aos 100,060 pontos, às 17h (horário de Brasília) – e o recuo dos preços das commodities, que enfraqueceu moedas ligadas a matérias-primas, como o real.
No centro do noticiário externo, o governo norte-americano flexibilizou parte do chamado “tarifaço” sobre produtos brasileiros. Quase 700 itens, entre metais de silício, ferro-gusa, peças de aeronaves, alumina, minérios e produtos agrícolas, ficarão isentos. Para os demais, será aplicado acréscimo de 40% a partir de 6 de agosto, levando a tarifação total a 50%.
Rumores de avanços nas negociações entre Palácio do Planalto e Casa Branca ajudaram a limitar o impacto no real, mas o tema segue sensível para os investidores.
Também nesta quinta-feira, Washington e Cidade do México anunciaram suspensão por 90 dias de tarifas de 30% que entrariam em vigor em 1.º de agosto. Segundo a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, o período servirá para aprofundar as conversas bilaterais. O presidente Donald Trump confirmou que o México continuará pagando 25% sobre fentanil e veículos, além de 50% sobre aço, alumínio e cobre, e concordou em remover barreiras não tarifárias.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou à CNBC que um acordo comercial com a China está próximo, mas ainda não concluído. A pausa temporária nas tarifas sino-americanas se encerra em 12 de agosto.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
Entre os dados econômicos, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 0,3% em junho, acumulando 2,6% em 12 meses, acima da meta de 2% do Federal Reserve. Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 218 mil na última semana, ligeiramente abaixo da previsão de 224 mil.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve ontem a Selic em 15% ao ano, conforme esperado. O mercado também digeriu a taxa de desemprego de 5,8% no segundo trimestre, a menor da série iniciada em 2012, mas os números macroeconômicos ficaram em segundo plano diante das questões globais de comércio.
Com a combinação de queda das commodities, incerteza sobre tarifas e fortalecimento externo do dólar, a moeda encerrará o mês acima de R$ 5,60, acumulando avanço superior a 3% em julho.
Com informações de Money Times