São Paulo, 11 de dezembro de 2025 – O dólar à vista perdeu força nesta quinta-feira (11) e fechou cotado a R$ 5,4044, queda de 1,17%. O movimento acompanhou o recuo da divisa norte-americana no exterior, refletindo as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.
Na véspera (10), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve reduziu a taxa dos Fed Funds em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. O placar ficou 9 a 3, marcando a maior divergência desde setembro de 2019: Stephen Miran defendeu corte de 0,50 ponto, enquanto Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid votaram por manter a taxa entre 3,75% e 4,00%.
O banco central norte-americano divulgou ainda o novo dot plot. A mediana das projeções indica apenas um corte adicional em 2026, mantendo a taxa entre 3,25% e 3,50% ao fim do próximo ano – sem alteração frente às estimativas divulgadas em setembro.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 15,00% ao ano pela quarta reunião consecutiva. O colegiado avaliou que a permanência dos juros em nível elevado por período prolongado “passou a ser adequada” para garantir a convergência da inflação à meta e reiterou que não hesitará em retomar o aperto se julgar necessário.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o índice DXY, que compara o dólar a seis moedas fortes, recuava 0,42%, aos 98,366 pontos. A combinação de um Fed menos expansionista e juros altos no Brasil impulsionou o real, destaque entre divisas emergentes.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
“O tom duro do Copom, aliado a um dólar global mais fraco depois do corte do Fed, favoreceu o carry trade e deu protagonismo ao real”, comentou Bruno Sahini, especialista em investimentos da Nomad.
No campo eleitoral, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reafirmou que só desistirá de sua pré-candidatura à Presidência caso o ex-presidente Jair Bolsonaro – atualmente preso na Polícia Federal em Brasília – assuma a disputa. “Ou seja, não há preço”, declarou em entrevista ao podcast Irmãos Dias.
Apesar da incerteza política, o câmbio foi ditado majoritariamente pelas decisões de bancos centrais nesta sessão.