Dólar avança na abertura com atenção voltada a dados do Caged e agenda de Galípolo

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O dólar iniciou os negócios desta quinta-feira (27) em alta, refletindo a expectativa do mercado pelos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e pelos compromissos públicos do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O feriado de Ação de Graças mantém as bolsas dos Estados Unidos fechadas, reduzindo a liquidez internacional.

Às 9h34, a divisa norte-americana era negociada a R$ 5,346, aumento de 0,23% em relação ao fechamento anterior.

Fechamento da véspera

Na quarta-feira (26), o dólar recuou 0,79% e encerrou cotado a R$ 5,333. No mesmo pregão, o Ibovespa subiu 1,69%, atingindo 158.554 pontos, primeiro encerramento acima dos 158 mil pontos e novo recorde histórico. O índice também cravou máxima intradiária de 158.713 pontos, puxado pelo avanço conjunto das ações de bancos.

Apostas em cortes de juros

O movimento positivo da bolsa foi associado à expectativa de cortes nas taxas de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, cenário que costuma estimular a tomada de risco.

Internamente, o IPCA-15 de novembro avançou 0,20%, ligeiramente acima da projeção de 0,18% de analistas ouvidos pela Reuters. No acumulado de 12 meses, a variação atingiu 4,5%, exatamente o teto do sistema de metas (centro de 3% com margem de 1,5 ponto percentual). Mesmo com a leitura acima do consenso, economistas veem tendência de desaceleração dos preços.

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, avaliou que a valorização recente do real e a queda dos preços dos alimentos contribuem para o processo de desinflação. Bruno Shahini, especialista da Nomad, reforçou que a perspectiva de inflação controlada sustenta a moeda brasileira. Para Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos, o mercado consolida a possibilidade de início do ciclo de afrouxamento monetário em janeiro, mantendo o ânimo dos investidores.

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Imagem: redir.folha.com.br

Sinalizações do Banco Central

Na terça-feira (25), o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, disse que o próximo movimento esperado para a Selic é de corte, embora não tenha dado prazo. Nesta quarta (26), Gabriel Galípolo afirmou na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado que a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3% de inflação, e não o limite superior de 4,5%. Segundo o boletim Focus mais recente, a projeção para 2028 está em 3,5%, acima da meta.

Cenário externo

Nos Estados Unidos, o Livro Bege divulgado ontem indicou aumento moderado de preços e leve desaceleração do mercado de trabalho. Dados recentes, como vendas no varejo e índices de preços ao produtor, vieram fracos ou em linha com as expectativas, reforçando a possibilidade de redução dos juros.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta probabilidade de 85,1% de que o Federal Reserve corte a taxa básica para o intervalo de 3,50% a 3,75% na reunião de 9 e 10 de dezembro. Analistas, no entanto, destacam que a ausência dos números de emprego (“payroll”) de outubro e novembro, que só serão divulgados em 16 de dezembro, pode dificultar a decisão do banco central norte-americano.

Tradicionalmente, cortes nos juros dos EUA favorecem mercados globais, enquanto altas tendem a direcionar recursos para os títulos do Tesouro americano.

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