A economia dos Estados Unidos acelerou entre abril e junho, registrando expansão anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, segundo a estimativa final divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Bureau of Economic Analysis (BEA), do Departamento de Comércio.
O resultado ficou acima da previsão de 3,3% feita por economistas consultados pela LSEG e superou a estimativa inicial do próprio governo, que apontava crescimento de 3,0% para o período.
O BEA explicou que o avanço do Produto Interno Bruto refletiu principalmente a redução das importações — que entram como subtração no cálculo — e o aumento do consumo dos domicílios. Esses efeitos foram parcialmente compensados por quedas nos investimentos e nas exportações.
A revisão de 0,5 ponto percentual em relação ao cálculo anterior deveu-se, sobretudo, a gasto maior do que o previsto em serviços. Transporte, serviços financeiros e seguros lideraram as despesas nessa categoria. No segmento de bens, veículos automotores e peças foram os destaques.
As vendas finais reais a compradores privados internos — soma do consumo das famílias com o investimento fixo privado — foram revisadas para cima em 1 ponto percentual, passando a mostrar alta de 2,9% no trimestre.
O BEA também ajustou o dado do primeiro trimestre: a contração passou de 0,5% para 0,6%. Com isso, o crescimento médio anualizado da economia no primeiro semestre de 2025 ficou em cerca de 1,6%.
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As revisões ocorrem em meio a preocupações com arrefecimento do mercado de trabalho e inflação persistente acima da meta de 2% do Federal Reserve (Fed). Investidores aguardam o índice de gastos com consumo (PCE) de agosto, previsto para amanhã, e o relatório de empregos de setembro, que sai na próxima semana.
No mercado, permanece a expectativa de que o Fed corte os juros em mais duas ocasiões de 25 pontos-base até o fim do ano, após ter reduzido a taxa na reunião da semana passada.
As tarifas, que são impostos sobre produtos importados e costumam ser repassadas aos consumidores, também seguem no radar das autoridades ao avaliar os impactos sobre preços e atividade.