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Economia global mantém fôlego apesar de choques promovidos por Trump

Mercado Financeiro46 minutos atrás6 pontos de vista

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A sucessão de iniciativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos primeiros oito meses de mandato — que vão de ameaças tarifárias a tentativas de influenciar o Federal Reserve (Fed) — ainda não abalou o desempenho da economia mundial. Enquanto analistas aguardavam turbulência, o crescimento global prossegue, os mercados acionários renovam máximas e o temor de inflação permanece contido.

Mercados mostram resistência

Nos mercados financeiros, a reação tem sido de relativa calma. O rendimento do título do Tesouro norte-americano de 10 anos caiu de cerca de 4,6% em janeiro para 4,1%. Mesmo com a pressão política sobre o banco central, investidores não precificam um risco imediato de perda de independência do Fed — que nesta semana reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual.

Guerra comercial arrefecida

Um dos principais receios iniciais, o de uma guerra tarifária ampla, não se materializou. Acordos preliminares com parceiros europeus e asiáticos limitaram as tarifas a níveis considerados administráveis, divididos entre exportadores, importadores e consumidores.

Revisões de crescimento

No cenário externo, a Zona do Euro melhorou projeções. O Banco Central Europeu elevou a estimativa de expansão do PIB para 2025 de 0,9% para 1,2%. Na Espanha, o Banco da Espanha prevê alta de 2,6% no próximo ano, sustentada por turismo e consumo interno. A Itália encaminha ajuste fiscal suficiente para potencial elevação de rating pela Fitch, e a Alemanha calcula avanço de 1,5% a 2,0% entre 2026 e 2027, respaldada por cortes de impostos e investimentos em infraestrutura e defesa.

Ásia e emergentes

No Japão, o índice Tankan da Reuters registrou a maior confiança industrial em mais de três anos. Entre emergentes, Brasil, México e Índia se beneficiam de um dólar mais fraco; em Nova Délhi, o governo aposta em cortes de impostos para sustentar a demanda interna diante de possíveis tarifas dos EUA.

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Imagem: redir.folha.com.br

Riscos à vista

Autoridades e investidores reconhecem que os impactos completos das medidas norte-americanas podem se manifestar gradualmente. O vice-presidente do Banco do Japão, Ryozo Himino, alertou que “efeitos das tarifas estão demorando a aparecer” e que Washington pode adotar políticas ainda não previstas. Para Oliver Blackbourn, da Janus Henderson, a fragilidade do mercado de trabalho dos EUA é sinal de alerta para recessão, apesar da expectativa de que o Fed intervenha se o crescimento enfraquecer.

Especialistas observam também estoques elevados desde a pandemia e antecipação de embarques antes das tarifas de Trump, fatores que podem distorcer a leitura sobre cadeias de suprimento. “Ajustes de cauda longa” devem continuar, disse Alan Siow, da gestora Ninety One, acrescentando que recordes nos mercados não refletem necessariamente fundamentos econômicos.

Por ora, entretanto, a combinação de condições financeiras favoráveis, balanços robustos em empresas e famílias, preços de energia mais baixos e expectativa de ganhos de produtividade com inteligência artificial mantém a atividade mundial em trajetória de crescimento.

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