Brasília – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou ao jornal britânico Financial Times que o governo dos Estados Unidos avalia adotar uma nova rodada de sanções contra magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) que mantiverem o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Em entrevista por vídeo, publicada nesta quarta-feira (11/08/2025), o parlamentar afirmou que o ex-presidente norte-americano Donald Trump “tem uma série de possibilidades sobre a mesa, desde ampliar sanções a autoridades brasileiras até promover outra leva de cancelamentos de vistos e medidas tarifárias”.
Segundo Eduardo, o principal alvo das restrições em estudo é o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que pode levar Jair Bolsonaro à prisão. “Moraes esgotou todas as suas opções. Trump ainda não esgotou. Trump pode dobrar a aposta”, disse o deputado, sugerindo que a esposa do ministro também poderia ser incluída em uma eventual lista de punições.
O Financial Times descreve Eduardo Bolsonaro como líder de uma articulação em Washington para pressionar a Casa Branca a reagir contra o STF. O deputado afirmou ainda que viajará à Europa nas próximas semanas para solicitar ao Parlamento Europeu que adote medidas semelhantes. Ele citou o líder do partido português Chega, André Ventura, como um dos políticos dispostos a defender restrições a Moraes, como proibição de entrada em Portugal e congelamento de bens.
No mês passado, o eurodeputado polonês Dominik Tarczyński e outros 15 parlamentares enviaram carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, pedindo sanções específicas contra o ministro brasileiro por supostas violações de direitos humanos.
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Diante das acusações de que estaria prejudicando as exportações brasileiras, Eduardo Bolsonaro negou agir contra os interesses nacionais. “Estou fazendo isso para salvar a democracia”, declarou ao jornal britânico, reconhecendo que recebe críticas de opositores que o chamam de antipatriota.
Procurados pelo Financial Times, a Casa Branca e o Departamento de Estado não comentaram as declarações do parlamentar brasileiro.