Eleição de 2026 mantém investidores estrangeiros em compasso de espera, afirma UBS BB

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A proximidade da disputa presidencial de 2026 já interfere nas decisões dos grandes investidores internacionais sobre o Brasil. Segundo o economista-chefe do UBS BB, Alexandre de Ázara, o ingresso de recursos permanece “contínuo, moderado e positivo”, porém só deverá ganhar força quando houver clareza sobre o compromisso do próximo governo com o ajuste das contas públicas.

Dúvida fiscal, não partidária

Em entrevista concedida após um roadshow realizado de 13 a 24 de outubro nos Estados Unidos e no Canadá, além da reunião anual do Fundo Monetário Internacional, Ázara relatou que a eleição passou a ser tema recorrente nas conversas com corretoras e fundos de pensão estrangeiros. A preocupação central é a política fiscal que será adotada após o pleito marcado para 4 e 25 de outubro de 2026.

Os investidores consideram necessária uma correção equivalente a 1,5% do PIB no resultado primário para estabilizar a dívida pública. “Não é o partido que vence, mas a credibilidade do ajuste fiscal que fará diferença”, relata o economista. Uma eventual vitória da centro-direita é vista como mais propensa a entregar esse ajuste, porém o PT também poderia conquistar confiança se formalizar um compromisso firme com a responsabilidade fiscal.

Cenários para juros e câmbio

O UBS BB projeta início dos cortes da Selic em abril, com a taxa recuando até 12% ao ano no fim de 2026. A trajetória, contudo, depende do resultado eleitoral. Caso um governo comprometido com a consolidação fiscal seja eleito, o Banco Central poderia acelerar a redução dos juros, impulsionado por valorização cambial. Sem ajuste, Ázara estima o dólar entre R$ 6,00 e R$ 6,50 e a interrupção dos cortes.

Indicadores econômicos

Para 2025, o banco calcula crescimento do PIB de 1,8%, após expansão de 3,4% em 2024. A inflação deve fechar 2025 em 4,6%, ligeiramente abaixo dos 4,8% esperados para 2024.

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Imagem: neofeed.com.br

Valuation barato, mas incerto

Embora a Bolsa brasileira apresente preços historicamente baixos, o atrativo é eclipsado pela dúvida sobre o rumo fiscal. Na renda fixa, estrangeiros concentram-se em papéis prefixados de dois a três anos, enquanto apenas um cliente mostrou interesse em NTN-Bs de prazo longo. No mercado acionário, bancos e instituições financeiras lideram as preferências, pois tendem a se beneficiar de um eventual ajuste fiscal.

Brasil à frente na América Latina

Entre emergentes latino-americanos, o Brasil segue como principal destino potencial, à frente de México e Argentina. O México desperta atenção pelo risco de renegociação do acordo USMCA, e a Argentina, apesar de vista como caso “interessante” após o avanço das reformas, ainda não atrai fluxo relevante por manter a conta de capital fechada.

Enquanto a incerteza eleitoral persiste, o capital estrangeiro deve continuar chegando ao país em ritmo comedido. Para Ázara, a definição sobre quem será o próximo presidente importa menos do que a convicção, expressa em números, de que a trajetória da dívida pública voltará a ser sustentável.

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