O conjunto das companhias listadas em bolsa superou, nesta quinta-feira, a marca de 1.000.698 bitcoins em seus balanços, de acordo com dados do site BitcoinTreasuries.NET. O volume equivale a pouco mais de US$ 111 bilhões e representa 5,1% da oferta total de BTC em circulação.
A MicroStrategy, primeira empresa a adotar uma estratégia de tesouraria em bitcoin em agosto de 2020, mantém a liderança isolada com 636.505 BTC. Na segunda posição aparece a mineradora MARA Holdings, que soma 52.477 BTC após adicionar 705 moedas em agosto.
Outras companhias vêm encurtando a distância: a XXI, liderada por Jack Mallers, contabiliza 43.514 BTC, enquanto a Bitcoin Standard Treasury Company possui 30.021 BTC. Entre as dez maiores posições também estão a corretora Bullish (24.000 BTC), a japonesa Metaplanet (20.000 BTC), além de Riot Platforms, Trump Media & Technology Group, CleanSpark e Coinbase.
O ritmo acelerado de compras por empresas e fundos negociados em bolsa é apontado como um dos fatores que contribuíram para a recente máxima histórica do bitcoin, de US$ 124.450 registrada no mês passado. Apenas 5,2% da oferta fixa da moeda ainda não foi minerada, o que aumenta a expectativa de pressão de demanda nos próximos anos.
Metaplanet e Semler Scientific anunciaram metas ambiciosas: pretendem alcançar, respectivamente, 210.000 BTC e 105.000 BTC até o fim de 2027 — montantes mais de dez e vinte vezes superiores às quantidades que cada uma detém hoje.
Durante o mercado de baixa de 2022, a MicroStrategy manteve sua tese de longo prazo, mesmo enquanto mineradoras venderam 58.770 BTC e o colapso da FTX derrubou o preço para US$ 15.740. A postura da companhia, que chegou a ser questionada por analistas na época, é vista por executivos de empresas como Metaplanet e Semler Scientific como um exemplo de que a estratégia pode dar resultados.
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Para reforçar suas posições em bitcoin, muitas empresas recorrem a emissões de ações, dívidas conversíveis e, em alguns casos, à criação de SPACs (companhias de propósito específico). XXI e Bitcoin Standard Treasury Company utilizaram esse modelo para oferecer aos investidores uma via rápida de exposição ao ativo.
Dos 184 grupos listados que guardam bitcoins, 64 estão nos Estados Unidos, 34 no Canadá e 11 no Reino Unido ou em Hong Kong. México, África do Sul e Bahrein também já contam com representantes nessa estratégia.
Apesar da marca histórica alcançada pelas empresas de capital aberto, elas não são as maiores detentoras do ativo. Corretoras de criptomoedas e emissores de ETFs somam 1,62 milhão de BTC. Governos armazenam 526.363 BTC, companhias privadas detêm 295.015 BTC e protocolos de finanças descentralizadas mantêm 242.866 BTC. O restante, cerca de 16,2 milhões de BTC, está nas mãos de investidores individuais com acesso às próprias chaves.
A chegada de novos participantes corporativos e a limitação da oferta sugerem que o movimento de acumulação deve continuar a influenciar o mercado no médio e longo prazo.