Empresas reforçam biometria e retomam uso de impressões digitais diante de fraudes com inteligência artificial

Mercado Financeiroagora mesmo6 Visualizações

A disseminação de ferramentas de inteligência artificial capazes de clonar rostos a partir de uma única foto tem levado instituições financeiras, varejistas e empresas de saúde a rever seus protocolos de segurança. Para 2026, a expectativa é de que a biometria por impressão digital volte a integrar o processo de verificação de identidade.

Levantamento da Unico, que atende quatro dos cinco maiores bancos e nove das dez maiores varejistas do país, indica elevação de 900% nas fraudes sofisticadas — incluindo deepfakes — entre 2025 e o ano anterior. “Ficou mais barato executar esse tipo de golpe, o que torna indispensável a prova de vida no reconhecimento facial”, afirma Davi Reis, consultor de tecnologia da companhia. A empresa analisa desde microexpressões até fluxo sanguíneo sob a pele para atestar que há uma pessoa real diante da câmera.

Impressão digital ganha espaço

A Identy.io aposta na análise do desenho das papilas nas pontas dos dedos, característica menos exposta do que o rosto em redes sociais. Segundo o gerente-executivo Eduardo Ferrazzi, a solução já foi contratada por um grande banco brasileiro e é comum no México e em países da América Central. A coleta é feita por foto e, para compensar imagens de baixa qualidade, um filtro com IA reconstrói os padrões da digital.

Os requisitos de câmera e sistema são equivalentes aos exigidos por aplicativos bancários, garante Ferrazzi: “Não vamos impor barreira tecnológica ao cliente de baixa renda”. No Banco Popular Dominicano, que adotou a ferramenta em 2024, o cadastro digital leva cerca de cinco minutos.

Ausência de base nacional

No Brasil, a falta de um banco de dados único de impressões digitais limita a adoção em larga escala. O Serpro disponibiliza registros coletados na emissão da carteira de motorista, mas quem não possui habilitação fica de fora. A Identy.io diz suprir essa lacuna com informações armazenadas no próprio dispositivo e gerenciadas pela instituição financeira contratante.

A Lei Geral de Proteção de Dados impõe às digitais as mesmas regras aplicadas à biometria facial, exigindo cuidados rigorosos no armazenamento.

Outras camadas de proteção

Entidades que representam bancos e empresas de pagamento defendem o uso do reconhecimento facial combinado a metadados do celular — como geolocalização, rede e modelo do aparelho — e inteligência artificial que detecta tentativas de invasão em tempo real.

Empresas reforçam biometria e retomam uso de impressões digitais diante de fraudes com inteligência artificial - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Em demonstração destinada à reportagem, a Identy.io mostrou que um deepfake gerado por software foi rejeitado. O sistema sinalizou “insecure camera feed” ao identificar que a imagem vinha de uma câmera virtual, não do dispositivo físico.

Investimento global em prova de vida

A Unico mantém o reconhecimento facial como principal método e, no Casaquistão, desenvolve tecnologias para bloquear desde ataques básicos, criados para entretenimento, até investidas com machine learning e equipamentos avançados.

Fabricantes de smartphones como Apple, Samsung e Huawei também adicionam sensores de radiação eletromagnética e infravermelho para reforçar a prova de vida em seus dispositivos.

A corrida para combinar múltiplas camadas biométricas, incluindo o retorno das impressões digitais, reflete o esforço das empresas para enfrentar a nova geração de fraudes impulsionadas pela inteligência artificial.

0 Votes: 0 Upvotes, 0 Downvotes (0 Points)

Deixe um Comentário

Pesquisar tendência
Redação
carregamento

Entrar em 3 segundos...

Inscrever-se 3 segundos...

Todos os campos são obrigatórios.