Especialistas alertam para riscos de comparar dividendos de FIIs com renda fixa

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A prática de confrontar o rendimento mensal de fundos imobiliários (FIIs) com o de aplicações de renda fixa pode levar investidores a decisões equivocadas, afirmam analistas do mercado financeiro. O tema foi discutido na última edição do programa Liga de FIIs, do InfoMoney.

Yield não conta a história completa

Marco Baroni, head de Fundos Imobiliários da Suno Research, citou o exemplo de um Certificado de Depósito Bancário (CDB) que paga 15% ao ano em comparação a um FII de “tijolo” que distribui 11%. “O investidor prefere o CDB, mas desconsidera o potencial de ganho de capital, a isenção de Imposto de Renda sobre dividendos e o lastro real presente no fundo”, disse.

Segundo Baroni, a avaliação apenas do rendimento mensal ignora o conceito de retorno total, o que abre espaço para distorções nos preços das cotas e cria oportunidades para quem investe com foco de longo prazo.

Liquidez e duration ampliam o risco

Para Sérgio Machado, sócio-gestor da MAG Investimentos, a falta de liquidez no mercado secundário agrava perdas em períodos de turbulência. Ele destacou o perigo de papéis com vencimentos muito longos: “Um título para 2065 não é para qualquer investidor. Dois pontos de alta na curva podem gerar queda de 60% no preço”.

O gestor lembrou que, desde 2018, emissões de crédito corporativo cresceram rápido demais, enquanto a negociação desses papéis ainda é limitada. “Tem papel demais para sair por uma porta muito pequena”, resumiu.

Descontos podem representar oportunidade

Marx Gonçalves, head de Fundos Listados da XP, observou que a comparação simplista entre FIIs e renda fixa pressiona as cotas dos fundos para níveis de desconto, mesmo quando os portfólios são robustos. “Esse cenário é ideal para quem tem visão de longo prazo”, afirmou.

Especialistas alertam para riscos de comparar dividendos de FIIs com renda fixa - Imagem do artigo original

Imagem: infomoney.com.br

Alocação flexível

Baroni desaconselha fórmulas rígidas na divisão entre renda fixa e FIIs. Ele sugere faixas flexíveis — algo entre 10% e 30% em renda fixa e de 30% a 50% em FIIs — sempre de acordo com o ciclo de vida e o conhecimento do investidor. “É perigosíssimo montar uma carteira fora do seu círculo de competência”, alertou.

Marcação a mercado distorce valor patrimonial

Tanto em fundos de “papel” quanto nos de “tijolo”, o valor patrimonial pode ser afetado por fatores macroeconômicos. Baroni lembrou que, com a alta dos juros, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) antigos foram marcados para baixo, enquanto avaliações de imóveis ainda usam taxas de desconto elevadas. “No mundo real, o metro quadrado segue valorizando”, afirmou.

O Liga de FIIs vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no YouTube. As edições anteriores estão disponíveis na plataforma.

Com informações de InfoMoney

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