Na abertura da programação da Casa República, durante a Flip 2025, em Paraty (RJ), a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que o Brasil precisa diminuir a dependência de serviços de nuvem oferecidos por grandes empresas de tecnologia estrangeiras, sobretudo norte-americanas.
Segundo a ministra, o governo federal utiliza majoritariamente plataformas de gigantes do setor para armazenar e processar dados, situação que, na avaliação dela, expõe o país a eventuais sanções semelhantes às restrições econômicas já impostas pelos Estados Unidos em outras áreas.
“Os serviços de nuvem ainda são basicamente fornecidos pelas big techs. Temos um gap tecnológico muito grande e precisamos reduzir nossa dependência”, declarou Dweck, em debate mediado pela jornalista Clara Becker, com participação de Rodrigo Cândido, diretor-executivo do Instituto Republica.org.
A ministra destacou que o Executivo já trabalha na expansão de data centers nacionais e estuda medidas para incentivar companhias brasileiras a ofertar soluções em nuvem, reforçando a busca por “autonomia e soberania” digital. Ela reconheceu, entretanto, que o processo demandará tempo.
Dweck citou ainda o Redata — programa de incentivos fiscais voltado a data centers em discussão no Ministério da Fazenda — e defendeu que parte dos benefícios seja destinada especificamente ao processamento de dados.
Imagem: redir.folha.com.br
Algumas empresas locais, disse a ministra, já iniciaram a oferta de serviços de computação em nuvem, e o governo avalia formas de estimulá-las para reduzir a vulnerabilidade do país a fornecedores externos.
Com informações de Folha de S.Paulo