A chegada de um filho costuma alterar prioridades e, inevitavelmente, o planejamento financeiro da família. Especialistas em finanças listam cinco aspectos que pais ou futuros pais devem observar ao organizar seus investimentos.
Júlia Wazlawick, embaixadora da W1, destaca que o tempo é o maior aliado do investidor. Segundo ela, iniciar os aportes o quanto antes, mesmo com valores modestos, potencializa resultados de longo prazo. Para Julio Ortiz, CEO e cofundador da CX3 Investimentos, metas claras aumentam a chance de acerto. O executivo cita o Tesouro Educa+ como alternativa voltada a custear estudos futuros.
Com a Selic em 15% ao ano, a renda fixa oferece segurança e rentabilidade. Títulos do Tesouro Direto e CDBs podem ocupar parte relevante da carteira, enquanto ativos como FIIs e ETFs buscam retornos superiores. Anderson Schlickmann, consultor de investimentos da cooperativa Viacredi (Sistema Ailos), recomenda manter reserva de emergência antes de se expor à volatilidade do mercado de ações.
Wazlawick vê o seguro de vida como ferramenta essencial para garantir amparo financeiro à família em caso de morte ou invalidez dos responsáveis. Ortiz aconselha iniciar com um valor de cobertura mais alto no início da formação patrimonial e ajustar o prêmio conforme o patrimônio cresce.
Levantamento Raio-X do Investidor, da Anbima, mostra que 50% dos brasileiros acreditam que sua principal fonte de renda futura não virá da Previdência Social, embora 82% não tenham reservas para a aposentadoria. Entre as opções indicadas estão previdência privada (PGBL ou VGBL), Tesouro RendA+, fundos de renda fixa, ações pagadoras de dividendos e FIIs que distribuem rendimentos mensais. Dados do Tesouro Nacional apontam que 53,5% dos investidores do Tesouro Direto tinham até 35 anos em junho deste ano, evidenciando maior conscientização dos jovens sobre o tema, segundo Ortiz.
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Esperar para tratar da sucessão pode gerar atrasos e custos elevados em eventual inventário, alerta Wazlawick. A previdência privada é citada como forma de transferência de recursos sem necessidade de inventário. Schlickmann recomenda buscar orientação profissional para estruturar a estratégia sucessória mais adequada.
Ao considerar esses cinco pontos — início antecipado, diversificação, proteção, aposentadoria e sucessão —, pais podem alinhar investimentos aos objetivos familiares e reduzir riscos ao longo do caminho.