Estratégias para driblar os vieses que prejudicam os investimentos

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São Paulo – Objetivos financeiros bem definidos, automação de aplicações e orientação profissional são apontados por especialistas como caminhos para reduzir os vieses comportamentais que atrapalham a construção de patrimônio.

Disciplina começa pelo propósito

Para Paula Bazzo, planejadora financeira CFP da Planejar, a clareza sobre o motivo de investir é o primeiro passo. Segundo ela, destinar parte da carteira a operações mais arriscadas, mas de forma limitada, ajuda a conter o viés de excesso de confiança.

Ferramentas contra a inércia

Um dos mecanismos pioneiros no mercado foi a inscrição automática de funcionários em planos de previdência corporativa, criada para contornar o viés de inércia. Hoje, recursos como débito programado e teste de perfil de investidor também auxiliam ao sinalizar excesso de risco e garantir aportes regulares.

Planejamento de longo prazo

Além de saber onde quer chegar, o investidor precisa de um plano que contemple compromissos obrigatórios, como a aposentadoria. A recomendação é manter aplicações de longo prazo específicas para essa finalidade, evitando o viés de preferência pelo presente – a tendência de gastar antes de poupar.

A importância do aconselhamento

Bazzo destaca que o distanciamento emocional de um profissional certificado, como um planejador CFP, ajuda a manter decisões racionais. Educação financeira contínua também reduz reações impulsivas em momentos de euforia ou pânico nos mercados.

Revisões periódicas

A especialista sugere reavaliar a carteira de tempos em tempos, adequando-a a mudanças de vida e de cenário econômico. “A vida é um filme, não uma fotografia”, resume.

Automação como aliada

Programar aportes poupa o investidor de decisões frequentes. Bazzo cita o caso de um cliente que passou a contribuir para a previdência privada por meio de boleto agendado no dia seguinte ao recebimento do salário, evitando gastos antecipados.

Regra 1-3-6-9

Martin Iglesias, responsável pela área de aconselhamento do Itaú, propõe a meta 1-3-6-9 para poupança de aposentadoria: chegar aos 35 anos com o equivalente a um ano de salário guardado; aos 45, acumular três anos; aos 55, seis anos; e aos 65, nove anos – 108 salários. Com o benefício do INSS e rentabilidade real, a estimativa é sustentar despesas até cerca dos 100 anos.

Metodologia PARIS

Iglesias também usa o acrônimo PARIS para lembrar cinco passos básicos:

  • Projetar horizontes longos, combatendo a miopia;
  • Avaliar sem olhar apenas para retornos passados, evitando o “efeito retrovisor”;
  • Reduzir riscos via diversificação, limitando o viés de familiaridade e o home bias;
  • Identificar o próprio perfil e necessidades de liquidez;
  • Selecionar ativos compatíveis com cada objetivo.

Visão de carteira inteira

Para minimizar a “contabilidade mental”, o Itaú passou a mostrar primeiro o desempenho global da carteira em seus aplicativos. Só depois o cliente visualiza categorias e, por fim, cada produto – estratégia que suaviza o impacto de oscilações pontuais.

Especialistas concordam que dominar emoções é difícil, sobretudo em crises. Entretanto, lembrar dos vieses e adotar ferramentas que os limitem reduz a probabilidade de decisões equivocadas.

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