Estreia da primeira loja física da Shein em Paris registra filas, segurança reforçada e atos de protesto

Mercado Financeiro1 hora atrás7 pontos de vista

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Paris – A varejista chinesa Shein inaugurou nesta quarta-feira (5) sua primeira loja física na capital francesa, instalando um espaço de 1.200 m² no sexto andar da tradicional loja de departamentos BHV Marais. A abertura foi marcada por longas filas, forte esquema de segurança e manifestações contrárias à presença da empresa no centro de Paris.

Protestos dentro e fora da BHV

Desde as primeiras horas da manhã, a fila de interessados em conhecer a butique contornava o quarteirão. Policiais e seguranças particulares ocuparam os acessos ao prédio, mas não conseguiram impedir que um grupo de manifestantes entrasse no local com cartazes que acusavam a companhia de ser “cúmplice de pedofilia criminosa”. Os ativistas foram retirados rapidamente.

A mobilização ganhou força após denúncias de que o site da Shein oferecia bonecas sexuais com aparência infantil. A empresa retirou o produto de seu catálogo e afirmou que colaborará com o inquérito aberto na França. O Parlamento francês convocou representantes da varejista para prestar esclarecimentos em duas semanas.

Repercussão no comércio local

Críticos enxergam a Shein como símbolo de um modelo de comércio considerado predatório, que ameaçaria empregos, concorrentes e o meio ambiente. Plataformas chinesas como Temu e Aliexpress enfrentam acusações semelhantes. Levantamento recente indica que 25 milhões de franceses já compraram em sites do gênero.

Algumas marcas instaladas na BHV anunciaram o fechamento de suas unidades em protesto contra o acordo com a gigante asiática. Do lado de fora, ativistas do grupo feminista Femen protestaram com os seios à mostra, enquanto políticos, entre eles o eurodeputado Raphaël Glucksmann, criticaram a abertura nas redes sociais.

Estratégia da BHV e reação dos clientes

O BHV Marais pertence ao empresário francês Frédéric Merlin, 34 anos, que assumiu o controle da loja em 2023. Merlin declarou que 85% da clientela é formada por parisienses e que a parceria com a Shein faz parte de uma mudança de modelo para atrair novos consumidores.

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Imagem: redir.folha.com.br

Dentro da loja, a recepção foi dividida. A francesa Virginie avaliou que os preços não compensam: “Pagar 32 euros por um suéter Shein, quando encontro o mesmo valor na Zara, não me anima.” Já o casal Steven e Christine deixou o local após gastar 1.000 euros, motivado por uma promoção que concede crédito equivalente em outras butiques da BHV.

Planos de expansão

Além do endereço em Paris, a Shein planeja abrir butiques em outras cinco cidades francesas, todas dentro de unidades da Galeries Lafayette, rede que também tem participação do grupo de Frédéric Merlin.

Fundada em 2010 na China como plataforma de venda de vestidos de noiva, a Shein alcançou faturamento estimado em US$ 45 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) em 2023, de acordo com o jornal britânico Financial Times.

A inauguração desta quarta-feira evidencia o avanço da marca no varejo físico europeu e reforça o debate sobre os impactos ambientais, trabalhistas e econômicos do chamado fast fashion digital.

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