Produtos que reproduzem índices de mercado, como ETFs e fundos de gestão passiva, têm atraído investidores iniciantes e aqueles que procuram rebalancear o portfólio com baixo custo. Especialistas consultados afirmam que a combinação de taxas menores, diversificação automática e crescente liquidez fortalece a popularidade desse tipo de aplicação.
Bruna Sene, analista da Rico, observa aumento na demanda: “Há muitas alternativas em renda fixa e variável que permitem ao investidor começar a diversificar pagando pouco”.
Índices são carteiras teóricas criadas para acompanhar o desempenho de segmentos do mercado. No Brasil, o mais conhecido é o Ibovespa, que reúne as ações com maior volume negociado na B3. A Vale responde atualmente por 12% do indicador, seguida pela Petrobras, com 10%.
Danilo Moreno, da Investo, destaca a principal vantagem: “Há índices com dezenas ou milhares de papéis. Essa amplitude garante diversificação imediata”.
Existem dois caminhos principais:
Os ETFs replicam fielmente o comportamento do índice de referência. Exemplo: o BOVA11 segue a variação do Ibovespa.
Com a rentabilidade maior dos títulos públicos, a B3 lançou 12 novos indicadores em 2025, a maioria de renda fixa, informa Hênio Shciedt, gerente de Produtos. Entre eles está o Índice Tesouro Selic (TSLC), acompanhado pelo ETF NCDI11, que cobra 0,15% ao ano.
Já o ETF LTFS11, criado em 2023, também investe em títulos Tesouro Selic e possui taxa de 0,19% ao ano.
A alíquota de Imposto de Renda em ETFs de renda fixa varia conforme o prazo médio dos papéis que compõem o índice:
Imagem: redir.folha.com.br
Como o LTFS11 tem prazo médio de até 180 dias, a cobrança é de 25% independentemente do momento do resgate. Já o B5P211, que acompanha títulos Tesouro IPCA+, sofre tributação fixa de 15%.
Analistas recomendam observar o volume diário negociado e a presença de formadores de mercado antes de comprar cotas. “Nos índices mais conhecidos há vários ETFs; compare taxas e verifique se o desempenho está próximo ao índice”, orienta Nícolas Merola, da EQI Research.
Para horizontes superiores a dez anos, Moreno sugere o FTSE Global All Cap, que reúne mais de 9.000 ações em todo o mundo. Entre as alternativas domésticas, ele cita o ETF BEST11, voltado a empresas consideradas defensivas, como bancos, elétricas, companhias de saneamento, telecomunicações e seguradoras.
Segundo a Quantum Axis, o IMOB, que acompanha ações do setor imobiliário, liderou os ganhos em 12 meses, com alta de 28%. O índice IMA-S, ligado ao Tesouro Selic, avançou 14% no mesmo período. Já o Ifix Tijolo Rural, que reúne fundos imobiliários ligados ao agronegócio, subiu 25%.
As cotas de ETFs e fundos passivos partem de cerca de R$ 100. As taxas de administração costumam ficar entre 0,1% e 0,3% ao ano. Para ETFs de renda variável, o IR segue as regras de ações: 15% sobre o ganho de capital ou 20% em operações de day trade, exigindo o pagamento de Darf após a venda.
Analistas consideram a exposição a índices indicada para qualquer perfil, desde que o produto escolhido respeite a tolerância ao risco do investidor. Para perfis conservadores, é recomendável priorizar índices de renda fixa e evitar aqueles compostos por ações.