EUA firmam acordo de US$ 80 bilhões com Westinghouse para ampliar parque nuclear

Mercado Financeiro33 minutos atrás6 pontos de vista

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O governo dos Estados Unidos e os controladores da Westinghouse fecharam um acordo de US$ 80 bilhões (R$ 429 bilhões) para a construção de uma nova frota de reatores nucleares, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (28).

O projeto será financiado a partir de um pacto comercial de US$ 550 bilhões (R$ 2,9 trilhões) firmado com o Japão, endossado durante o primeiro encontro do presidente Donald Trump com a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi. Um documento do Ministério da Economia do Japão prevê até US$ 100 bilhões (R$ 536,3 bilhões) em recursos destinados especificamente a reatores da Westinghouse nos EUA.

Brookfield Asset Management e Cameco, proprietárias da companhia nuclear desde 2022, criaram uma parceria para fornecer a tecnologia dos reatores. De acordo com a Brookfield, o investimento deve bancar cerca de oito usinas AP1000 ou uma combinação de grandes instalações e unidades modulares de pequeno porte.

Metas e suporte governamental

O acordo integra a estratégia de Trump de quadruplicar a capacidade nuclear americana, alcançando 400 GW até 2050. Washington compromete-se a auxiliar a Westinghouse na obtenção de terrenos e licenças, além de oferecer garantias de empréstimo ou apoio diplomático para contratos no exterior.

As tratativas foram conduzidas nos últimos meses pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, em conjunto com executivos da Brookfield. A negociação ganhou ritmo durante viagem do presidente à Ásia, quando o pacto foi assinado no Japão. O CEO da Brookfield, Bruce Flatt, acompanhou a comitiva presidencial.

Participação acionária e repartição de lucros

O entendimento inclui um mecanismo que pode conceder ao governo americano até 20% das ações da Westinghouse. Caso todo o montante de US$ 80 bilhões seja aplicado, Washington terá direito a 20% dos lucros da empresa após o pagamento de US$ 17,5 bilhões (R$ 93,8 bilhões) aos atuais acionistas. Se o valor de mercado da companhia ultrapassar US$ 30 bilhões (R$ 160,9 bilhões) até 2029, o governo poderá exigir a abertura de capital, convertendo sua participação em ações.

Segundo a Cameco, esses direitos reconhecem o papel de Washington na criação de valor de longo prazo, por meio de instrumentos financeiros, regulatórios, políticos e diplomáticos.

Desafios e histórico

O último projeto nuclear concluído nos EUA, no complexo de Vogtle, Geórgia, sofreu anos de atrasos e teve custos mais que dobrados em relação ao orçamento inicial de US$ 14 bilhões (R$ 75 bilhões), levando a Westinghouse a pedir recuperação judicial em 2017. A empresa afirma agora que o modelo AP1000 é comprovado e pode ser replicado em escala.

Uma fonte próxima às negociações afirmou que, apesar do acordo, o governo dos EUA não terá assento no conselho de administração da Westinghouse.

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