Washington – O ex-presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira que os Estados Unidos voltarão a permitir que a Nvidia exporte seus chips de inteligência artificial H200 para clientes “aprovados” na China e em outros países, revertendo parcialmente restrições impostas durante o governo Biden.
De acordo com Trump, 25% do valor das vendas ficará com o governo norte-americano e a operação será acompanhada de perto para garantir a proteção da segurança nacional. A informação foi divulgada em postagem na rede Truth Social.
“Informei ao presidente Xi, da China, que os Estados Unidos autorizarão o envio dos produtos H200 a clientes aprovados, sob condições que assegurem nossa forte segurança nacional”, escreveu Trump. “Xi respondeu positivamente! 25% serão pagos aos Estados Unidos.”
Em nota enviada à imprensa, a Nvidia declarou apoiar a decisão: “Aplaudimos a medida que permite à indústria americana competir, gerando empregos bem remunerados e fortalecendo a manufatura no país. Oferecer o H200 a clientes comerciais aprovados, avaliados pelo Departamento de Comércio, estabelece um equilíbrio positivo para os EUA”, afirmou um porta-voz.
O H200 é um processador de alto desempenho usado em aplicações de inteligência artificial, como chatbots, aprendizado de máquina e tarefas de data center.
Trump também atacou as regras adotadas em 2022, durante o governo Biden, que limitaram a exportação de chips avançados — entre eles os modelos A100 e H100 da Nvidia — para evitar que a China obtivesse vantagem tecnológica. Segundo o ex-presidente, as exigências obrigaram empresas a gastar “bilhões de dólares” na produção de versões de menor desempenho que, segundo ele, “ninguém queria”, freando a inovação e prejudicando trabalhadores americanos.
Imagem: Bonny Chu FOXBusiness via foxbusiness.com
O republicano acrescentou que a nova diretriz será estendida a outras fabricantes do setor: “A mesma abordagem se aplicará à AMD, à Intel e a outras grandes companhias americanas”, afirmou.
A Nvidia já trabalha em gerações mais recentes de chips, como a linha Blackwell e, futuramente, Rubin, não incluídas no acordo anunciado. O Departamento de Comércio está finalizando os detalhes para implementar a liberação dos H200.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, defende há meses a retomada do acesso ao mercado chinês. Para ele, a presença no país é “vital” para a competitividade dos Estados Unidos em inteligência artificial.
No pregão mais recente, as ações da Nvidia fecharam em US$ 185,55, alta de 1,72% (+US$ 3,14).