São Paulo – Com três décadas de atuação no combate a crimes financeiros cibernéticos, Matt O’Neil, ex-agente do Serviço Secreto dos Estados Unidos, esteve no Brasil neste semestre para participar de um encontro com a Polícia Federal a convite da empresa de identidade digital BioCatch. Durante a visita, ele descreveu as principais ameaças atuais, analisou obstáculos enfrentados pelas autoridades e apresentou recomendações de segurança para cidadãos e instituições.
Criado em 1865 sob o Departamento do Tesouro, o Serviço Secreto nasceu para combater a falsificação de moeda – missão assumida décadas antes da fundação do FBI (1908) e da CIA (1947). Só em 1901, após o assassinato de dois presidentes, a agência passou a proteger chefes de Estado. Hoje, mantém mais de cem unidades no exterior, inclusive um escritório em Brasília.
No Brasil, a série recente de invasões digitais que desviou pelo menos R$ 1,5 bilhão levou o Banco Central a rever normas do sistema financeiro. O’Neil afirma que agentes buscam “aprender novos golpes antes que cheguem aos EUA” e destaca o uso de trabalho análogo à escravidão em call centers na Ásia, onde vítimas são recrutadas com falsas promessas de emprego para executar fraudes.
Entre os entraves citados estão diferenças legais que complicam extradições, recursos limitados das polícias e softwares de “mistura” de criptomoedas que ocultam rastros de dinheiro. Segundo o ex-agente, poucas delegacias priorizam casos abaixo de US$ 100 mil, e profissionais experientes migram para o setor privado, que oferece salários até quatro vezes maiores.
Imagem: redir.folha.com.br
O’Neil critica a comunicação restrita entre instituições financeiras e o custo para implantar tecnologias antifraude. Indicadores que podem denunciar contas de passagem incluem logins sucessivos em segundos, acessos simultâneos em dois dispositivos, idioma do celular, pressão nos toques e mão utilizada para digitar.
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