O governo brasileiro não conseguiu selar um entendimento com os Estados Unidos e, com isso, a tarifa de 50% sobre produtos do país deve entrar em vigor em 1º de agosto. A perspectiva de novos custos comerciais derrubava o Ibovespa em mais de 1% por volta das 13h desta quinta-feira (24).
Em participação no programa Giro do Mercado, da Money Times, o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, avaliou que o otimismo registrado na véspera foi excessivo. Na quarta-feira (23), investidores chegaram a apostar em um avanço após sinais de que Washington poderia chegar a um acordo com a União Europeia, o que, em teoria, abriria espaço para aliviar a situação do Brasil.
Entretanto, o presidente norte-americano Donald Trump declarou que “países com quem não estamos nos dando bem pagarão tarifas de 50%”, esfriando o humor dos mercados. Hungria observou que o caso brasileiro envolve também motivações políticas, citando reiteradas referências de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Cada dia que passa nos aproxima de 1º de agosto”, lembrou o analista, destacando que o impasse com Washington amplia a incerteza sobre a economia brasileira e afeta expectativas para a eleição de um candidato de centro pró-mercado. Segundo ele, a posição dura dos EUA acentua a polarização política interna, o que pode ter reflexos fiscais negativos.
A temporada de balanços do segundo trimestre de 2025 começa nos próximos dias e deve ganhar atenção redobrada. Hungria recordou que os números do primeiro trimestre superaram previsões, mas os juros ainda não estavam perto de 15%. “Agora vamos entender se as empresas continuam tão fortes quanto pareciam ou se surgirá uma desaceleração”, afirmou.
Imagem: Gustavo R via moneytimes.com.br
Além do embate comercial e dos resultados corporativos, o programa discutiu o desempenho dos mercados globais e outras notícias do dia. A íntegra do Giro do Mercado está disponível no canal do Money Times no YouTube.
Com informações de Money Times