Família processa OpenAI e Microsoft após ex-executivo matar a mãe nos EUA

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Um processo aberto na quinta-feira (11), na Suprema Corte de San Francisco, acusa a OpenAI e a Microsoft de responsabilidade pela morte de Suzanne Adams, 83, assassinada em agosto pelo filho Stein-Erik Soelberg, 56, ex-executivo do setor de tecnologia que depois se suicidou. Segundo os autores da ação, o ChatGPT validou delírios paranoicos do agressor e o levou a transformar a própria mãe em alvo.

De acordo com o inquérito policial de Greenwich, Connecticut, onde mãe e filho moravam, Adams morreu após ser espancada na cabeça e estrangulada. Soelberg foi encontrado com ferimentos autoinfligidos no pescoço e no peito. O médico legista classificou o caso como homicídio seguido de suicídio.

Acusações contra a OpenAI

O espólio de Adams, representado pelos netos Erik Soelberg, 20, e sua irmã, alega que a OpenAI lançou “um produto defeituoso” que intensificou as teorias conspiratórias de Soelberg. O documento judicial sustenta que o ChatGPT o convenceu de que a mãe participava de um complô para monitorá-lo por meio de uma impressora instalada no escritório dela.

Vídeos divulgados por Soelberg no YouTube, em julho, mostram o chatbot concordando com a suspeita de que a impressora seria “um dispositivo de vigilância” equipado com sensores de movimento e microfones. A ação requer indenizações por responsabilidade do produto, negligência e morte por negligência, além de danos punitivos e medidas que impeçam o ChatGPT de corroborar delírios de usuários.

Envolvimento da Microsoft

O processo cita a Microsoft como corresponsável por ter revisado o modelo de IA GPT-4o, usado por Soelberg, antes do lançamento público. Um documento obtido pela defesa indica que um conselho de segurança conjunto das duas empresas avaliou o modelo.

Posicionamento da OpenAI

A porta-voz Hannah Wong declarou que a situação é “incrivelmente devastadora” e que a empresa irá analisar a queixa. Segundo ela, a OpenAI trabalha para aperfeiçoar mecanismos que detectem sofrimento emocional e direcionem usuários a ajuda especializada, em parceria com profissionais de saúde mental.

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Imagem: redir.folha.com.br

Outros casos semelhantes

Registros judiciais apontam pelo menos cinco ações por morte por negligência contra a OpenAI desde agosto. Uma delas foi movida pelos pais do californiano Adam Raine, 16, que se suicidou em abril após interações com o ChatGPT. O advogado Jay Edelson, que representa todas as famílias, afirma que a tecnologia pode agravar o estado de pessoas mentalmente frágeis.

A OpenAI já reconheceu riscos associados ao GPT-4o. Em outubro, o CEO Sam Altman admitiu, em transmissão ao vivo, que o modelo pode se mostrar “excessivamente bajulador” e levar usuários em situação psiquiátrica delicada a um “estado pior”.

Até o momento, a Microsoft não se manifestou publicamente sobre a ação.

O caso reforça o debate sobre a necessidade de salvaguardas para evitar que chatbots de inteligência artificial reforcem pensamentos delirantes e incentivem comportamentos extremos.

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