FCA revoga proibição e permite cETNs de criptomoedas para investidores de varejo no Reino Unido

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A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (FCA) anunciou nesta sexta-feira (28) a suspensão da restrição que impedia investidores de varejo de comprar crypto exchange-traded notes (cETNs). A mudança entra em vigor em 8 de outubro, permitindo que empresas sediadas no país ofereçam o produto ao público comum.

A proibição havia sido instaurada em janeiro de 2021, quando o regulador apontou “extrema volatilidade” dos criptoativos e “ausência de necessidade de investimento legítimo” para consumidores de varejo. “Desde então, o mercado evoluiu e os produtos se tornaram mais comuns e melhor compreendidos”, afirmou David Geale, diretor-executivo de pagamentos e finanças digitais da FCA, no comunicado.

O que são cETNs?

Ao contrário dos fundos de índice (ETFs) de criptomoedas, que mantêm ativos como Bitcoin (BTC) em custódia, os cETNs não são lastreados diretamente pelos criptoativos. Cada nota representa um título de dívida emitido por uma entidade que mantém o ativo como colateral. Segundo a plataforma austríaca Bitpanda, investidores obtêm exposição aos criptoativos por meio de seus corretores ou bancos habituais, mas enfrentam riscos como menor controle sobre os ativos, o que reforça a necessidade de escolher instituições confiáveis.

Derivativos de criptomoedas continuam vetados

Apesar de liberar as cETNs, a FCA manteve a proibição a derivativos de criptomoedas – futuros, opções e contratos perpétuos – também bloqueados desde 2021. O órgão informou que seguirá monitorando o mercado e avaliando sua abordagem para investimentos de alto risco.

Dados da plataforma TokenInsight indicam que o volume desses derivativos somou US$ 20,2 trilhões no segundo trimestre de 2025, enquanto a movimentação em bolsas centralizadas caiu 22% no mesmo período.

Imagem: Trader Iniciante 2 (9)

Contexto internacional

Nos Estados Unidos, os ETFs de criptomoedas ganham tração desde 2024. Na terça-feira (25), a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) autorizou emissões e resgates “in kind”, permitindo a troca direta de cotas por criptoativos subjacentes. Para o analista Eric Balchunas, a decisão “ajusta a infraestrutura” do mercado, mas tem impacto limitado para o varejo.

Com a flexibilização britânica, investidores pessoa física voltam a ter acesso a notas negociadas em bolsa que acompanham o desempenho de criptomoedas, enquanto o debate sobre produtos derivados permanece aberto.

Com informações de Cointelegraph