O Federal Reserve decidiu nesta quarta-feira (31) manter a taxa básica de juros dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,5%, sem alterações pelo quinto encontro seguido do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
A decisão foi aprovada por 9 votos a 2. Os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller defenderam um corte de 0,25 ponto percentual. Um integrante do colegiado não participou da votação.
Em comunicado, o FOMC afirmou que “indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica se moderou no primeiro semestre do ano. A taxa de desemprego permanece baixa e as condições do mercado de trabalho seguem sólidas. A inflação continua um pouco elevada”.
O Fed lembrou que, em 2024, promoveu três reduções de juros: 0,50 ponto em setembro e 0,25 ponto em novembro e dezembro.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, declarou que a economia norte-americana está “em posição sólida”, apesar das dúvidas em torno de política comercial, mercado de trabalho e preços.
Segundo Powell, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresceu 3% em ritmo anualizado, mas a expansão média do primeiro semestre de 2025 ficou próxima de 1,2% em razão da retração de 0,5% no primeiro trimestre.
O dirigente avaliou que o mercado de trabalho está “amplamente equilibrado” e que a inflação, embora menor que os picos de 2022, segue acima da meta de 2%. Ele destacou ainda que tarifas mais altas já aparecem nos preços de alguns bens e podem ter efeitos temporários ou persistentes sobre a inflação.
Questionado sobre a possibilidade de cortes em setembro, Powell afirmou que o comitê aguardará mais duas leituras de inflação e emprego antes da próxima reunião e que não há decisão antecipada.
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Sobre as divergências internas, Powell disse que espera “explicações claras” de todos os participantes, inclusive dos que votaram contra a manutenção dos juros.
Powell reconheceu que o repasse das tarifas aos consumidores ainda é incerto, mas pesquisas indicam que as empresas pretendem transferir parte dos custos.
Em relação ao mercado de moradia, o presidente do Fed afirmou que as taxas hipotecárias são determinadas por rendimentos de prazo mais longo e que o principal desafio é um déficit habitacional estrutural. “O melhor que podemos fazer para o setor é garantir 2% de inflação e pleno emprego”, concluiu.
A próxima reunião do FOMC está marcada para setembro.
Com informações de Fox Business