Washington, — O senador John Fetterman (D-Pa.) classificou a atual paralisação do governo norte-americano como um “espetáculo político triste” e afirmou estar “envergonhado” com a situação, em entrevista concedida ao programa “Kudlow”, da FOX Business, na quarta-feira.
Fetterman disse ter votado quatro vezes para pôr fim à mais longa paralisação já registrada nos Estados Unidos e declarou que, apesar de se considerar um democrata fiel, rompeu com parte do partido por entender que a reabertura do governo é urgente.
O parlamentar destacou que cerca de milhões de beneficiários do SNAP (Programa de Assistência Nutricional Suplementar) estão sem receber auxílio desde 1º de novembro, primeira interrupção do programa em 60 anos. Segundo Fetterman, a administração Trump decidiu retomar parcialmente os pagamentos, usando fundos emergenciais do Departamento de Agricultura, após determinações judiciais.
Ele também mencionou prejuízos para militares, policiais do Capitólio e controladores de tráfego aéreo. Na quarta-feira, o secretário de Transportes, Sean Duffy, anunciou redução de 10% na capacidade em 40 áreas de controle de espaço aéreo devido à falta de pessoal, o que dificultou até mesmo a tentativa do senador de viajar a Washington. “Nem consegui encontrar um voo para chegar a D.C.”, relatou.
Durante a entrevista, Fetterman comentou o fortalecimento da ala progressista do partido. Ele citou o momento em que o senador Bernie Sanders (I-Vt.) interrompeu o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer (D-N.Y.), para criticar a falta de apoio a Zohran Mamdani, eleito prefeito de Nova York. Fetterman minimizou o episódio e afirmou que sua prioridade continua sendo “o povo da Pensilvânia”.
Imagem: Levi D via foxbusiness.com
Ainda em Nova York, a vitória de Mamdani expôs divergências entre líderes democratas: Schumer não chegou a formalizar apoio ao prefeito eleito, enquanto o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries (D-N.Y.), declarou respaldo público.
Ao encerrar, Fetterman reforçou o apelo pelo fim imediato da paralisação: “Os Estados Unidos merecem algo melhor neste momento”.