Flexibilidade torna fundos multimercado os mais aptos ao novo cenário global, afirmam gestores

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Gestores de grandes casas de investimento apontam que os fundos multimercado possuem a agilidade necessária para aproveitar a reorganização do fluxo de capitais provocada pelas novas tarifas anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A avaliação foi feita em painel da Expert XP 2025, realizado nesta semana, que reuniu Fabiano Rios (Absolute Investimentos), André Raduan (Genoa Capital) e Walter Maciel (AZ Quest).

Quem falou — No debate “Flexibilidade para se adaptar: a estratégia de resiliência dos Multimercados”, conduzido por Felipe Manfredini, responsável por Parceria de Fundos de Investimento da XP, os três gestores defenderam que a categoria consegue reagir mais rápido do que outras classes de ativos às mudanças do mercado.

Redirecionamento de capital

Fabiano Rios, CIO e sócio-fundador da Absolute, destacou que o dinheiro que antes se concentrava quase exclusivamente nos Estados Unidos tende a buscar novos destinos. “Se o crescimento passa a ser mais distribuído, o fluxo de capital global também será. Os EUA talvez deixem de ser o único país relevante em moeda e precificação de ativos”, afirmou.

China em evidência

Para André Raduan, sócio-fundador e gestor da Genoa, a China desponta como um dos principais beneficiados. Segundo ele, o país asiático promove um “esforço fiscal substancial” e mantém o câmbio depreciado. “Muitos enxergam a China como uma bomba-relógio, mas ela já fez ajustes importantes”, disse.

Impacto das novas tarifas

Os participantes lembraram que as tarifas impostas por Trump, que incluem alíquota de 50% para produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, tendem a pressionar a inflação nos Estados Unidos e a gerar efeito deflacionário em outros mercados. “Estamos atentos para capturar esse choque de oferta negativo nos EUA”, comentou Raduan.

Recuperação após perdas

A indústria de multimercados acumula resgates de cerca de R$ 500 bilhões desde 2022, período classificado por Walter Maciel, CEO da AZ Quest, como “o pior momento da história” para a classe. Mesmo assim, ele acredita em recuperação: “O fundo multimercado pode comprar qualquer ativo, então vai se beneficiar mais do que qualquer outra categoria”.

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Imagem: infomoney.com.br

Brasil na rota do investidor

Rios acrescentou que a redistribuição de capital deve favorecer o Brasil, mesmo com riscos internos. “Vamos começar a ver recursos estrangeiros entrando no País. É um mundo de muitas oportunidades, e os multimercados são o veículo mais rápido para tomar decisões”, afirmou.

Maciel reconheceu o desafio fiscal brasileiro, mas disse que as eleições presidenciais de 2026 podem trazer otimismo se surgir um candidato comprometido com o ajuste das contas públicas.

Para Raduan, a possibilidade de investir em múltiplas geografias é outra vantagem da categoria: “Haverá países mais vencedores e outros menos vencedores com as tarifas de Trump, e os multimercados podem capturar essas diferenças”.

Com informações de InfoMoney

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