FMI alerta para risco em crédito privado nos EUA e acende temor de nova crise bancária

Mercado Financeiro23 minutos atrás7 pontos de vista

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Washington (EUA) – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, admitiu na quinta-feira (16) que perde o sono diante dos perigos que enxerga no mercado de crédito privado norte-americano, estimado em até US$ 2,1 trilhões. O comentário foi feito durante a reunião anual do FMI, na capital dos Estados Unidos.

Segundo Georgieva, a expansão do financiamento fora do sistema bancário tradicional elevou o risco de uma “bolha” que pode estourar na maior economia do mundo. “É por isso que pedimos mais atenção às instituições financeiras não bancárias”, declarou a executiva, defendendo supervisão mais rígida para o setor.

Falências recentes acendem sinal de alerta

O colapso da fabricante de autopeças First Brands Group, que entrou com pedido de proteção contra falência no fim de setembro, foi citado como exemplo do problema. Parte das dívidas da companhia estava “fora do balanço” e vinculada a credores de crédito privado, segmento menos regulado que o bancário.

Outro caso foi a quebra da financeira de automóveis Tricolor, também sustentada por crédito privado, em meio a acusações de fraude. Para analistas, os dois episódios expõem falhas na avaliação de riscos e reforçam dúvidas sobre a solidez desse mercado.

Perdas em bancos regionais ampliam tensão

Fora do setor automotivo, dois bancos regionais informaram prejuízos ligados a suspeitas de fraude. O Zions Bancorporation prevê perda de US$ 60 milhões em dois empréstimos comerciais e industriais, enquanto o Western Alliance não informou o valor exato, mas abriu ação judicial contra o devedor e aumentou provisões para calotes.

Essas notícias alimentaram temores de que a qualidade do crédito nos EUA esteja se deteriorando. Na quinta-feira, o índice de volatilidade VIX – conhecido como “índice do medo” – saltou 22,6% e atingiu 25,3 pontos, maior nível desde abril. O índice bancário regional KBW despencou 6,3%, e ações de gigantes europeus, como Deutsche Bank e Société Générale, recuaram mais de 5%.

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Imagem: redir.folha.com.br

Lembrança do Silicon Valley Bank e alerta de Jamie Dimon

Investidores recordaram o colapso do Silicon Valley Bank, ocorrido dois anos atrás, que desencadeou a quebra do Signature Bank. O presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, reforçou o clima de cautela ao afirmar: “Quando você vê uma barata, provavelmente há mais”.

Alívio parcial no dia seguinte

Na sexta-feira, parte da tensão cedeu após o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmar que os bancos estão bem capitalizados. O executivo Clayton Triick, da Angel Oak Capital Advisors, disse ao Wall Street Journal que os casos de fraude parecem isolados e que a ausência de dados oficiais, provocada pelo shutdown do governo, ampliou o pânico.

Como resultado, o VIX recuou 17% e os principais índices de Wall Street fecharam em alta. Entre os bancos regionais, Truist Financial avançou 3,67%, Fifth Third Bancorp subiu 1,31% e Regions Financial ganhou 0,99%, enquanto State Street caiu 1,40%.

Apesar do alívio pontual, autoridades e investidores mantêm a vigilância sobre o crédito privado e os bancos, em busca de sinais que indiquem se os problemas recentes são casos isolados ou prenúncio de dificuldades mais amplas.

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