A Ford registrou prejuízo de US$ 36 milhões (cerca de R$ 201 milhões) entre abril e junho, revertendo o lucro de US$ 1,8 bilhão obtido no mesmo período do ano passado. Segundo a montadora, as tarifas aplicadas pelo governo Donald Trump foram decisivas para o resultado.
No trimestre, a receita avançou 5% e atingiu US$ 50,2 bilhões (aproximadamente R$ 280 bilhões). Ainda assim, as taxas alfandegárias reduziram US$ 800 milhões (R$ 4,5 bilhões) do lucro da companhia, de acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (29).
A Ford projeta desembolsar ao todo US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bilhões) em tarifas ao longo de 2025, valor que já considera medidas de corte de custos e outras ações adotadas para amortecer o impacto das políticas comerciais da Casa Branca.
Embora a maior parte dos veículos seja montada nos Estados Unidos, a montadora segue exposta às tarifas porque utiliza componentes e matérias-primas importados, entre eles aço e alumínio, que enfrentam alíquota de 50%.
Em teleconferência com jornalistas, a diretora financeira Sherry House afirmou que a gestão Trump “está ciente dessas múltiplas tarifas e trabalha conosco para resolver a questão”. Até agora, segundo ela, a indústria tem evitado repassar integralmente os custos extras aos consumidores. A expectativa da Ford é de aumento de apenas 1% nos preços de varejo de seus modelos neste ano.
Outras fabricantes — General Motors, Stellantis, Tesla, Mercedes-Benz e Volkswagen — também apontaram as tarifas como fator central para a queda de lucros em seus mais recentes balanços.
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No segmento de elétricos, a Ford dobrou a receita global, apesar do ritmo mais lento de vendas nos Estados Unidos. Modelos recém-lançados, como a versão elétrica do Ford Capri, tiveram bom desempenho na Europa, informou House.
O resultado trimestral incluiu ainda perda de US$ 1,3 bilhão relacionada a reparos em garantia, ao cancelamento de um projeto de utilitário esportivo elétrico e a outros gastos pontuais.
Com informações de Folha de S.Paulo