A sequência de recordes do Ibovespa em 2025 impulsionou o desempenho dos fundos de ações. Até 10 de dezembro, várias carteiras superaram o principal índice da Bolsa — que avançou cerca de 30% no ano — e alcançaram retornos superiores a 80%, segundo levantamento da Economática realizado para o InfoMoney.
Entre os veículos com patrimônio acima de R$ 500 milhões, 19 registraram valorização acima de 40% no período. Os melhores resultados ficaram com estratégias da classe Livre, que oferecem maior flexibilidade de alocação. Veja as dez maiores rentabilidades:
Mesmo com o forte desempenho, a indústria sofreu resgate líquido de R$ 52,8 bilhões no ano — a maior saída desde 2006, de acordo com a Anbima. Para Rachel de Sá, estrategista da XP Investimentos, o movimento reforça a importância da diversificação, já que poucas previsões apontavam a renda variável como classe mais rentável em 2025.
Entre os dez fundos de ações com maior volume de recursos, dois chamaram atenção: SPX Falcon (58,52%) e Absoluto Partners Master (61,39%). Outros gigantes, como Opportunity Ações (33,97%) e Dynamo Cougar (41,37%), também superaram o Ibovespa.
Analistas apostam em continuidade do movimento positivo, ao menos no início de 2026, impulsionado pela expectativa de cortes na Selic. Antonio Sanches, da Rico Investimentos, lembra que juros menores aliviam custos de empresas endividadas, elevam valores justos e podem incentivar migração de recursos da renda fixa.
Raphael “Rafi” Figueiredo, estrategista da XP, projeta volatilidade elevada por causa da disputa presidencial e da troca de comando no Federal Reserve. Ele traçou três possíveis trajetórias para o Ibovespa no fim de 2026:
Imagem: REUTERS via infomoney.com.br
Rodrigo Santoro, da Bradesco Asset, vê espaço para novos avanços no primeiro trimestre, sustentados pela redução de juros nos Estados Unidos e no Brasil e por maior visibilidade sobre os candidatos à Presidência. Ele, porém, prevê “neblina” no segundo semestre, quando o tema eleitoral deve ganhar força.
Santoro prefere fundos de gestão ativa com foco em valor e segue confiante em estratégias de dividendos, que combinam juros menores com empresas resilientes. O gestor destaca oportunidades em utilities, concessões rodoviárias, setor imobiliário de baixa renda e instituições financeiras.
Para Matheus Tarzia, da Neo Investimentos, movimentações como recompras de ações e processos de fechamento de capital indicam que os papéis continuam baratos. Contudo, o investidor precisa manter horizonte de longo prazo para atravessar períodos de maior oscilação, especialmente durante a corrida eleitoral.