No acumulado de 2025 até o início de novembro, os fundos imobiliários (FIIs) apresentam retorno médio de 14,73%, superando os 11,46% registrados pelos fundos DI, segundo levantamento da Economatica.
Entre 2021 e 2024, a situação era inversa: os produtos atrelados ao CDI acumularam 40,63%, enquanto os FIIs entregaram 20,96%. A virada ocorreu neste ano, impulsionada principalmente pelo desconto das cotas no fim de 2024 e pelo recuo das taxas de juros futuras.
Alguns fundos imobiliários já acumulam ganhos expressivos. O HCTR11 lidera, com valorização de 42,85% no ano. Veja os dez maiores retornos até 3 de novembro:
Para Sylvio Martins, analista de produtos alternativos da Arton Advisors, o avanço dos FIIs decorre do forte desconto das cotas na virada do ano, que ofereciam yields superiores a 15% ao ano isentos de Imposto de Renda. O fechamento das curvas de juros valorizou Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) já existentes, remunerando o investidor tanto pelos dividendos quanto pela reprecificação das cotas.
O especialista destaca, contudo, que o risco dos FIIs difere do observado nos fundos DI: enquanto estes acompanham o CDI com baixa volatilidade e liquidez diária, os FIIs, mesmo os de papel, oscilam em Bolsa.
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Na visão de Flavio Pires, analista de FIIs do Santander, a opção entre fundos DI e FIIs depende de fatores como necessidade de liquidez, busca por renda mensal e horizonte de investimento. Fundos DI permanecem indicados para quem deseja resgates imediatos e previsibilidade. Já os FIIs de papel, que investem em CRIs, podem ser mais atraentes a quem aceita oscilações de curto prazo em troca de rendimentos mensais isentos.
Com expectativas de queda na Selic em 2026, Pires avalia que produtos indexados ao CDI tendem a perder fôlego, enquanto FIIs com exposição ao IPCA ou a índices mistos podem apresentar desempenho mais equilibrado.