São Paulo – O presidente da Petz, Sergio Zimerman, classificou como “aceitável” a exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovar a fusão entre Petz e Cobasi. A autarquia determinou a venda de 26 lojas no estado de São Paulo, o equivalente a 3,3% do faturamento conjunto dos últimos 12 meses.
Mesmo com a restrição, Zimerman espera concluir a operação até o fim deste ano. “A junção vai reduzir custos e permitir preços menores ao consumidor”, afirmou nesta quarta-feira (10).
A união das duas maiores redes de megalojas do país deve resultar em faturamento de R$ 6,5 bilhões em 2024 e uma base superior a 500 pontos de venda. As marcas Petz e Cobasi serão mantidas separadas.
Apesar do porte das empresas, o segmento pet continua fragmentado: dos R$ 78 bilhões previstos para 2025, 48% pertencem a pequenos e médios estabelecimentos. As megalojas respondem por menos de 10% das vendas.
Incluída no processo como terceira interessada, a Petlove argumenta que a fusão criará “posição monopolista” e elevará preços. Para a companhia, a venda de 26 lojas “não é suficiente para equilibrar a competição”, mas ela se declarou interessada em adquirir esses pontos.
A Petlove possui 19 lojas em quatro estados e origem no comércio eletrônico. Dados da Abempet indicam avanço das vendas online e perda de participação das agrolojas entre 2023 e 2025.
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As ações da Petz encerraram o pregão em alta de 4,32%, cotadas a R$ 4,35. Em relatório, analistas do BTG Pactual estimam receita combinada de R$ 7,2 bilhões para o novo grupo e mantêm recomendação “neutra”, à espera de provas concretas de sinergias.
No acumulado de janeiro a setembro de 2025, a Cobasi registrou receita bruta de R$ 2,6 bilhões com 251 lojas em 19 estados e no Distrito Federal; 40% das vendas foram digitais. No mesmo período, a Petz faturou R$ 3,2 bilhões em 264 unidades espalhadas por 23 estados e no DF, com 42,5% das receitas vindas do e-commerce.
Após a fusão, Sergio Zimerman assumirá a presidência do conselho de administração, enquanto Paulo Nassar, hoje CEO da Cobasi, comandará a nova companhia.