O assessor de investimentos Michael Viriato afirma que a dificuldade em acumular patrimônio no Brasil está mais ligada ao consumo elevado do que à escolha de produtos financeiros. A análise foi publicada em julho de 2025 no blog “De Grão em Grão”, da Folha de S.Paulo.
Segundo Viriato, famílias com renda superior a cinco salários mínimos tendem a comprometer quase todo o que ganham e deixam a poupança para “quando sobrar”, estratégia que considera frágil para quem busca liberdade financeira.
O especialista compara o hábito de investir à rotina de exercícios: “não adianta aumentar o fluxo de água se o ralo da banheira continua aberto”, escreve, destacando que disciplina é mais decisiva do que ter acesso a aplicações sofisticadas.
Dados citados por Viriato, com base no Banco Mundial, mostram que o brasileiro médio guarda menos de 15% da renda, enquanto os chineses reservam mais de 40%. O contraste, aponta, explica o maior acúmulo de capital das famílias na China.
Para ilustrar o comportamento de gastos, o texto menciona a troca frequente de celulares, compras de roupas sem necessidade e refeições em restaurantes caros mesmo com contas no vermelho. “Pagamos o que não temos, com o dinheiro que ainda vamos ganhar, por coisas que não precisamos”, resume.
Viriato ressalta que aplicações conservadoras — como CDB, LCI, LCA, títulos públicos e fundos de renda fixa — são suficientes para construir patrimônio, desde que recebam aportes regulares.
Imagem: redir.folha.com.br
O artigo também critica a procura por soluções rápidas, comparando a febre de medicamentos como Ozempic e Mounjaro, usados para emagrecimento, à expectativa de lucros imediatos nos investimentos. “Nos mercados financeiros, esse atalho não existe”, diz.
O assessor encerra defendendo a moderação no consumo como ponto de partida: a verdadeira virada financeira, escreve, depende de “desejar menos” e poupar com constância.
Com informações de Folha de S.Paulo