A forma como a The Nobel Foundation administra o patrimônio deixado pelo químico sueco Alfred Nobel, morto em 1896, é apontada por especialistas como um modelo de planejamento financeiro de longo prazo. Há mais de um século, a fundação preserva o capital original de 31 milhões de coroas suecas — estimados hoje em R$ 17,57 milhões — e garante o pagamento anual dos prêmios Nobel.
De acordo com o relatório de ativos da fundação, o valor de mercado do capital total investido alcançou 6,79 milhões de coroas suecas (R$ 3,85 milhões) ao final de 2024. Descontados os imóveis de propriedade direta, 6,6 milhões de coroas suecas (R$ 3,74 milhões) estavam aplicadas especificamente para financiar as premiações.
O retorno do portfólio foi de 11,6% em 2024. Na média, o capital cresceu 9,2% ao ano nos últimos cinco anos e 8,3% ao ano na última década.
A exposição do capital é dividida em cinco classes de ativos:
Para a edição de 2025, cada laureado receberá 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 6,23 milhões.
Patrícia Palomo, planejadora financeira certificada CFP, afirma que o caso Nobel demonstra a importância de objetivos claros, horizonte de longo prazo e governança sólida para resistir às pressões de curto prazo.
Imagem: infomoney.com.br
Sigrid Guimarães, CEO da gestora de patrimônio Alocc, ressalta a disciplina da fundação: “Eles seguem uma política de investimento clara, diversificam globalmente e não mudam a rota a cada crise”.
Para o diretor institucional da W1 Inc, Caio Tonet, o princípio da diversificação é universal, mas a alocação deve respeitar o perfil de risco de cada pessoa. Ele lembra que manter cerca de metade do capital em ações, como faz a fundação, exige tolerância a volatilidade.
Os profissionais ouvidos destacam que um investidor individual deve:
Segundo Palomo, a experiência do Prêmio Nobel mostra que aceitar certo grau de incerteza é condição para obter crescimento sustentável ao longo de décadas.