São Paulo, 31 de julho de 2025 – “Ficar de fora é a pior coisa que a pessoa faz.” A declaração é de João Piccioni, chief investment officer (CIO) da Empiricus Asset, ao defender a importância de incluir ações estrangeiras na carteira.
Com quase uma década acompanhando empresas fora do Brasil, Piccioni observa que muitos investidores se guiam apenas pela cotação do dólar antes de decidir se devem comprar BDRs, ETFs ou cotas de fundos internacionais. Ele classifica essa postura como “visão de curto prazo” e argumenta que, historicamente, a exposição à moeda norte-americana tem sido benéfica em horizontes mais longos.
O gestor avalia que 2025 oferece condições especialmente favoráveis para diversificar fora dos Estados Unidos. Segundo ele, fatores como desconfiança em relação às decisões do presidente Donald Trump e valuations elevados, sobretudo das big techs, vêm redirecionando o fluxo de capital para outras regiões.
Na Europa, Piccioni destaca o aumento dos investimentos em defesa após a pressão de Trump para que países do continente ampliem gastos militares, movimento que levou a Alemanha a emitir moeda para financiar o setor. Indústria, bancos e empresas de menor capitalização estão entre os principais alvos dos investidores.
Entre emergentes, Brasil e China ganham fôlego impulsionados pela alta das commodities, enquanto o Japão passa por recuperação após período de baixa. Nos Estados Unidos, o CIO olha para companhias ligadas à infraestrutura de tecnologia – empresas que construirão data centers ou fornecerão hardware nos próximos quatro a cinco anos.
Piccioni administra o Empiricus WB90 FIF Ações, fundo dedicado à renda variável internacional, que acumula retorno de 93,17% entre setembro de 2020 e junho de 2025. O produto apresenta:
O gestor defende o fundo como alternativa mais prática e menos volátil do que investir diretamente por meio de BDRs ou ETFs. Ele cita a possibilidade de negociar volumes maiores, acessar preços equivalentes aos das bolsas internacionais e, se necessário, comprar ações diretamente no exterior, evitando restrições da B3.
Imagem: Boris Bellini via moneytimes.com.br
Entre as posições que considera pouco comuns no mercado brasileiro, Piccioni menciona a norte-americana Vertiv Holdings Co., fornecedora de infraestrutura para data centers, e a canadense Celestica Inc., que atua em soluções de cadeia de suprimentos e nuvem.
De acordo com o CIO, o WB90 FIF Ações é indicado a quem reconhece que um portfólio sem exposição ao dólar tende a ficar incompleto. Além de buscar empresas globais de qualidade, o fundo oferece tributação simples: o imposto de renda incide apenas no momento do resgate.
Piccioni conclui que, mesmo em um período de dólar relativamente fraco, a moeda norte-americana mantém potencial de valorização no longo prazo e, independentemente disso, “os Estados Unidos continuam sendo o polo de multiplicação de capital em ações”.
Com informações de Money Times