São Paulo, 26 de julho de 2025 – O gestor César Paiva, da Real Investor, usou o palco da XP Expert para classificar a MRV (MRVE3) como uma das ações mais descontadas da B3. Conhecido no mercado como “Buffett de Londrina” pelo histórico de rentabilidade, Paiva afirmou que a construtora, cotada a cerca de R$ 6, pode ver seu lucro anual saltar de forma significativa nos próximos anos.
Segundo o gestor, a MRV tem potencial para entregar lucro de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2026 e atingir R$ 1,5 bilhão em 2027 — o que representaria até o triplo do resultado atual. A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2025 com prejuízo líquido ajustado de R$ 262,9 milhões.
Parte da estratégia de recuperação envolve a subsidiária norte-americana Resia. Na semana retrasada, a companhia anunciou a venda de participação relevante nesses ativos, operação que deve gerar US$ 493 milhões em caixa, mesmo com o reconhecimento de perda contábil de até US$ 144 milhões. De acordo com o diretor financeiro Ricardo Paixão, o movimento reduzirá em cerca de 43% a dívida líquida da operação nos Estados Unidos.
O otimismo também vem do lado dos bancos. O Santander elevou o preço-alvo da ação de R$ 9,00 para R$ 9,50, o que implica potencial de valorização próximo de 60%. Os analistas Fanny Oreng e Matheus Meloni destacaram a melhora operacional no Brasil, maior geração de caixa e maior visibilidade sobre o desinvestimento da Resia.
Além da MRV, Paiva disse estar comprado em grandes bancos, Allos (ALOS3), Log (LOGG3), Eletrobras (ELET3), Suzano (SUZB3) e Petrobras (PETR4). O gestor comentou ainda que um eventual giro no cenário político pode destravar novas altas: “Quando houve o impeachment em 2016, nosso fundo avançou 60%”, lembrou.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
Apesar da alta de 16% no ano, as ações da MRV continuam distantes dos níveis históricos, quando chegaram a valer R$ 19. Para Paiva, o desconto atual combinado à expectativa de melhora nos resultados cria “assimetria positiva” para o papel.
Com informações de Money Times