Gestores elevam otimismo com Ibovespa, mas concentram apostas em setores defensivos, mostra Itaú BBA

Estratégias de investimento16 minutos atrás6 pontos de vista

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O sentimento dos gestores de recursos em relação ao Ibovespa melhorou em agosto, segundo a pesquisa Investment Manager Survey – Brazil Equities, realizada pelo Itaú BBA. O levantamento ouviu 131 investidores entre 18 e 22 de agosto.

Projeções para o índice

Quase metade dos participantes espera que o Ibovespa encerre 2025 entre 140 mil e 150 mil pontos. Para os próximos seis meses, 69% têm visão positiva, 25% neutra e 5% pessimista. O índice médio de confiança ficou em 7,03 numa escala de zero a dez, o segundo maior da série iniciada em 2024.

Política monetária e contas públicas

No campo macroeconômico, os gestores se dividem sobre quando o mercado começará a precificar mudança no ciclo de juros. A maioria aponta o intervalo entre o quarto trimestre de 2025 (4T25) e o primeiro trimestre de 2026 (1T26), postergando a expectativa registrada na pesquisa anterior, que indicava 3T25 e 4T25.

Mais de metade dos entrevistados tem visão negativa para as contas públicas brasileiras nos próximos 18 meses, citando aumento de gastos e maior déficit primário. Ainda assim, a taxa nominal de dez anos é projetada para 12,9%, abaixo dos 13,2% da edição anterior.

Alocação setorial

As carteiras continuam concentradas em segmentos considerados defensivos. Utilities mantêm liderança com sobrepeso de 61,8%, seguidas por grandes bancos (44,3%) e instituições financeiras fora os bancões (35,1%). Construtoras e incorporadoras aparecem com 30,5% e o varejo com 22,1%. Saúde, shoppings, bens de capital, transporte & logística e tecnologia também figuram entre os preferidos.

Os analistas observam que as empresas elétricas seguem majoritariamente nas carteiras de investidores locais. Gestores de São Paulo estão mais expostos a consumo e construção, enquanto os do Rio de Janeiro privilegiam saúde. Hedge funds têm participação maior em utilities e menor em grandes bancos do que os gestores long only.

Setores menos demandados

Negócios ligados a commodities lideram a lista de menor exposição: siderurgia e mineração apresentam subpeso de 48,1% e petróleo e gás, de 36,6%. Educação, alimentos & bebidas e saúde também aparecem entre os menos demandados — esta última de forma ambígua, figurando tanto em sobrepeso quanto em subpeso. Consumo, papel & celulose, telecomunicações e, em menor intensidade, grandes bancos completam o grupo evitado.

Ações preferidas

Sabesp (SBSP3), BTG Pactual (BPAC11), Itaú (ITUB4), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Nubank (BDR: ROXO34) lideram as escolhas individuais. O Nubank é apontado como o papel com maior potencial de valorização nos próximos seis meses. O banco digital e a Rede D’Or (RDOR3) passaram a integrar o grupo das dez ações mais citadas, substituindo Localiza (RENT3) e Suzano (SUZB3).

Fatores de mercado e riscos

Política doméstica e curva de juros local são considerados os vetores mais relevantes para o semestre à frente, seguidos pelas taxas globais. Preocupações fiscais e tarifas comerciais dos Estados Unidos perderam importância em relação ao levantamento anterior.

Quanto aos riscos, a possibilidade de recessão global ou norte-americana continua no topo, mas caiu de 62% para 36% das menções. A aceleração de inflação e juros passou ao segundo lugar, com 31% das respostas.

Cenário internacional

O humor com as bolsas norte-americanas melhorou: a avaliação média subiu para 6,16, ante 5,04 anteriormente, aproximando-se dos níveis mais altos registrados no fim de 2024. Entre países latino-americanos — excluindo o Brasil —, Argentina foi a escolha de dois terços dos gestores, seguida pelo Chile, com 20%.

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