O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) decidiu nesta quarta-feira (30) antecipar o retorno da alíquota cheia de 35% do imposto de importação aplicada a kits de peças utilizados na montagem de veículos eletrificados.
Com a medida, o aumento para CKDs (completely knocked down) e SKDs (semi knocked down) passa a valer em janeiro de 2027, um ano e meio antes da data inicialmente prevista, julho de 2028.
Embora tenha elevado o imposto, o colegiado autorizou quotas adicionais de importação com alíquota zero para os mesmos kits durante os próximos seis meses, no valor total de US$ 463 milhões.
Atualmente, a tarifa cobrada sobre CKDs e SKDs de veículos eletrificados é de 14%, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic).
A decisão ocorre após a chinesa BYD solicitar em fevereiro redução temporária do imposto para 10% nos semidesmontados e 5% nos desmontados até 30 de junho de 2028. O pedido motivou reação de montadoras instaladas no país, como Toyota, Volkswagen, General Motors e Stellantis, que enviaram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de julho alertando para riscos a investimentos, empregos e balança comercial.
A Associação Nacional de Fabricantes de Autopeças também manifestou preocupação, citando a possível sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
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Em nota divulgada anteriormente, a BYD afirmou que seu pleito segue “lógica razoável” e que o desconforto das rivais estaria ligado ao novo protagonismo da companhia no mercado brasileiro.
A empresa foi procurada, mas ainda não comentou a decisão desta quarta-feira.
Com informações de Folha de S.Paulo