São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia nesta sexta-feira (10) em São Paulo a criação da chamada “nova poupança”, mecanismo que vai liberar 5% dos depósitos compulsórios da caderneta hoje retidos no Banco Central. A medida deve injetar, de imediato, pelo menos R$ 20 bilhões no crédito imobiliário.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a liberação permitirá que a Caixa Econômica Federal, líder no segmento, firme mais de 80 mil novos financiamentos habitacionais até o fim de 2026. O anúncio foi antecipado na quinta-feira (9) durante o Incorpora 2025, evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O governo quer atender famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais, faixa que, segundo o ministro, ficou sem alternativas de crédito após a elevação da Selic para 15% ao ano e das taxas de financiamento, hoje entre 19% e 22%. “Ficou impossível para a classe média comprar imóvel no mercado privado”, afirmou.
Além da nova poupança, o Palácio do Planalto planeja:
Jader Filho ressaltou que o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) já contratou 1,8 milhão de unidades desde 2023, sendo 1,1 milhão em construção, e deve superar a meta original de 2 milhões para atingir 3 milhões de moradias contratadas até 2026. Os investimentos somam mais de R$ 275 bilhões.
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O ministro adiantou que o governo estuda ajustar os tetos de renda e de valores dos imóveis nas faixas 1, 2 e 3 do programa em determinados municípios, além de acompanhar a evolução da Faixa 4, voltada a famílias com renda entre R$ 9.600 e R$ 12 mil.
De acordo com Jader Filho, a liberação do compulsório vinha sendo pleiteada desde o início do atual mandato, mas só avançou com a nova direção do Banco Central, presidido por Gabriel Galípolo.
O pacote habitacional, reforçam integrantes do governo, busca reativar o mercado de crédito para a classe média e ampliar o acesso à casa própria em um cenário de juros elevados.