O governo federal pretende promover dez leilões de concessão de rodovias em 2026, informou nesta segunda-feira (data conforme original) o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guillherme Theo Sampaio, durante evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.
Segundo o dirigente, cinco disputas já ocorreram ao longo de 2025 e outras cinco estão programadas até dezembro, duas delas ainda em outubro. Entre as concessões previstas para este ano está a rodovia Fernão Dias, que conecta São Paulo a Belo Horizonte.
Sampaio citou alguns trechos que servirão de “âncora” nos certames de 2026:
De acordo com a ANTT, os dez leilões de 2026 devem viabilizar R$ 100 bilhões em investimentos ao longo dos 30 anos de contrato, com concentração maior dos aportes nos primeiros dez anos.
A despeito da manutenção da Selic em patamar elevado, Sampaio afirmou que os projetos continuam atrativos. “Nosso modelo já considera a taxa de juros de longo prazo e prevê revisões periódicas”, disse, ressaltando a presença de dez novos grupos — entre operadoras, fundos e investidores estrangeiros — nas licitações recentes e a expectativa de mais entrantes em 2026.
Além das rodovias, duas ferrovias devem ir a leilão em 2026:
Imagem: redir.folha.com.br
Sampaio acrescentou que a operação da Transnordestina, entre Piauí e Ceará, deve começar ainda este mês. A ferrovia, operada por uma controlada da CSN, recebeu autorização para funcionamento parcial na semana passada e deverá conectar os portos dos dois Estados em 2026.
O diretor-geral defendeu maior autonomia financeira para a agência. Em 2024, a ANTT arrecadou R$ 1,2 bilhão em tarifas, mas contou com um orçamento de aproximadamente R$ 300 milhões. A estrutura atual compreende 1.100 servidores e 500 terceirizados, enquanto a necessidade estimada é de 1.800 funcionários.
Os leilões, segundo Sampaio, seguem ritmo regular para atender à demanda por infraestrutura de transportes e atrair capital privado, mesmo em um cenário de custos financeiros elevados.