Os herdeiros de bilionários receberam, entre maio de 2024 e abril de 2025, a maior transferência anual de riqueza já registrada desde 2015, revela o Billionaire Ambitions Report, divulgado nesta quinta-feira (4) pelo banco suíço UBS.
No período analisado, 91 pessoas passaram a integrar o clube dos bilionários por meio de herança, somando US$ 298 bilhões (cerca de R$ 1,59 trilhão). O valor representa aumento superior a um terço em relação ao montante contabilizado no ano anterior.
Segundo o UBS, pelo menos US$ 5,9 trilhões devem ser transferidos aos descendentes de bilionários nos próximos 15 anos. A maior fatia deverá ocorrer nos Estados Unidos, seguidos por Índia, França, Alemanha e Suíça.
A pesquisa baseia-se em entrevistas com clientes de altíssimo patrimônio do banco e em um banco de dados que acompanha a fortuna de bilionários em 47 mercados ao redor do mundo.
Para Benjamin Cavalli, executivo do UBS, o cenário confirma “uma onda de transmissão de riqueza que vem se acelerando nos últimos anos”.
O estudo destaca que bilionários, principalmente os mais jovens, demonstram elevada mobilidade internacional. Entre os fatores que impulsionam mudanças de residência estão busca por melhor qualidade de vida, ambiente geopolítico e regimes tributários.
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Suíça, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Singapura aparecem como destinos mais procurados por esse grupo, afirma Cavalli.
Na Suíça, onde o UBS projeta que US$ 206 bilhões serão herdados até 2040, eleitores rejeitaram, no último domingo, uma proposta que instituía imposto de 50% sobre heranças superiores a US$ 62 milhões. Segundo críticos, a medida poderia estimular a saída de grandes fortunas do país — resultado que, na avaliação do banco, reforça o apelo do território alpino para os ultrarricos.
O relatório do UBS não faz previsões sobre mudanças regulatórias futuras, mas aponta que decisões políticas podem alterar o mapa global das fortunas nos próximos anos.