Hermès supera concorrência e eleva vendas em 9% no 2º trimestre impulsionada por bolsas Birkin

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Paris – A Hermès registrou aumento de 9% nas vendas do segundo trimestre, alcançando 3,9 bilhões, e manteve desempenho acima dos principais rivais em um mercado global de luxo em desaceleração.

O lucro operacional da grife francesa somou 3,3 bilhões no primeiro semestre, avanço de 6% em relação ao mesmo intervalo de 2024 e resultado superior às estimativas de analistas.

Ainda assim, as ações da companhia recuaram 4% nesta quarta-feira (data não especificada), reduzindo a valorização acumulada em 12 meses para 12,5% e situando o valor de mercado em cerca de 241,4 bilhões – nível semelhante ao da LVMH.

Bolsa Birkin sustenta crescimento

O forte interesse pelas bolsas Kelly e Birkin levou a divisão de artigos de couro a um crescimento orgânico de 12% no semestre. Em compensação, itens considerados de entrada, como lenços de seda e produtos de beleza, tiveram queda de 4% no mesmo período, e a unidade de relojoaria também encolheu.

Segundo o presidente-executivo Axel Dumas, a empresa tem visto redução no número de clientes que realizam a primeira compra e menor frequência de aquisição por consumidores aspiracionais. Apesar disso, ele afirmou não enxergar “mudanças fundamentais” na demanda da China, mercado que segue em ritmo lento desde o fim da pandemia.

Impacto de tarifas e reajustes de preços

A Hermès elevou preços globalmente em maio, com acréscimo extra de 5% nos Estados Unidos, para compensar tarifas anunciadas pelo governo norte-americano em abril. Dumas disse não prever novos aumentos após a tarifa de 15% vinculada ao acordo comercial EUA-União Europeia desta semana, mas destacou que a empresa aguarda detalhes finais das negociações.

Imagem: redir.folha.com.br

Desempenho regional

Nas Américas, as vendas avançaram 12,3% no segundo trimestre, superando expectativas do mercado mesmo após os reajustes de preços. Na Ásia-Pacífico (excluído o Japão), o crescimento foi de 3%, em meio a gastos chineses mais contidos.

Enquanto isso, outros conglomerados do segmento enfrentaram retração: a LVMH reportou queda de 4% nas vendas trimestrais e a Kering continua pressionada em razão das dificuldades enfrentadas pela Gucci.

Com informações de Folha de S.Paulo