Howard Marks alerta que corrida por IA pode repetir padrão histórico de bolhas

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O cofundador da Oaktree Capital, Howard Marks, afirmou em carta enviada a clientes nesta terça-feira (9) que ainda é cedo para cravar se a atual euforia em torno da inteligência artificial (IA) caracteriza uma bolha, mas observou que, caso isso não ocorra, será a primeira exceção registrada em revoluções tecnológicas.

“Há um histórico consistente de tecnologias transformadoras que geram entusiasmo excessivo, investimentos além da conta e preços de ativos inflados”, escreveu o megainvestidor. “Se o movimento atual não terminar em bolha, será algo inédito.”

Risco de fora e de dentro

Marks considera o momento “ambíguo”: investidores que se posicionam correm o risco de sofrer perdas se o otimismo se provar exagerado, enquanto quem fica de fora pode perder ganhos relevantes. “Ninguém participa integralmente dos benefícios potenciais sem também enfrentar o risco de perdas”, destacou.

Paralelos históricos

Na carta, o gestor compara o cenário da IA a períodos de euforia passados, como:

  • o boom das ferrovias no século XIX;
  • a bolha da internet no fim dos anos 1990;
  • o colapso do mercado imobiliário em 2008.

Segundo ele, bolhas costumam nascer de inovações revolucionárias que despertam imaginação e atraem capital, mas tornam-se dolorosas quando o entusiasmo extrapola a realidade.

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Imagem: infomoney.com.br

Nem toda bolha destrói valor

Apesar do tom cauteloso, Marks lembra que bolhas baseadas em avanços reais podem acelerar o progresso. Ele cita ferrovias, eletricidade e internet como exemplos de setores que, mesmo após perdas significativas, deixaram infraestrutura essencial para o crescimento econômico.

Alavancagem em foco

O gestor também chama atenção para o uso crescente de leverage na corrida por capacidade de IA. Parte dos investimentos, afirma, vem sendo financiada com instrumentos fora de balanço, modelo que ampliou riscos em crises anteriores. “A alavancagem potencializa ganhos, mas também perdas”, advertiu.

Marks encerra destacando que a inteligência artificial pode figurar entre as maiores tecnologias transformadoras já vistas. Para ele, o desafio é equilibrar prudência e participação: “Ninguém deve apostar tudo, ignorando o risco de ruína se algo der errado, nem ficar totalmente de fora e perder um dos maiores avanços tecnológicos da história”.

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