Ibovespa recua 0,28% com temor sobre crédito nos EUA; dólar cai para R$ 5,44

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O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira, 16 de outubro de 2025, em baixa de 0,28%, aos 142.200,02 pontos, acompanhando o clima de cautela em Wall Street diante de novas preocupações com a qualidade do crédito bancário nos Estados Unidos.

No mercado de câmbio, o dólar à vista recuou 0,35% e terminou cotado a R$ 5,4431.

Indicadores locais

Entre os dados domésticos, investidores avaliaram o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado prévia do PIB. O indicador avançou 0,4% em agosto na comparação dessazonalizada com julho, abaixo da estimativa de 0,6% apurada pela Reuters. Em julho, o dado havia sido revisado para queda de 0,52%. Na comparação anual, o IBC-Br subiu 0,1%, e acumulou alta de 3,2% em 12 meses (números sem ajuste sazonal).

No campo político, o mercado acompanhou a reunião entre o secretário dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que deu início às negociações sobre a tarifa adicional de 50% aplicada a produtos brasileiros desde o início do segundo semestre. Segundo o Itamaraty, Vieira concederia coletiva às 18h.

Destaques corporativos

Entre as ações do índice, WEG (WEGE3) liderou os ganhos após anunciar a compra de 54% da Tubi Mob (Tupinambá Energia) por R$ 38 milhões, operação vista como positiva pelo mercado por reforçar a estratégia da companhia em mobilidade elétrica.

Na ponta oposta, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 8%, pressionada pela alta dos juros futuros de longo prazo. Braskem (BRKM5) também figurou entre as maiores baixas depois de ter a recomendação rebaixada de neutra para venda pelo Santander.

Entre os papéis de maior peso, os bancos fecharam sem direção única. Petrobras (PETR3; PETR4) recuou em meio à queda do petróleo, enquanto Vale (VALE3) interrompeu sequência de altas com a pressão sobre o minério de ferro e maior aversão ao risco global, mas permaneceu acima de R$ 60, cotada a R$ 60,30.

Cenário externo

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam no vermelho. O Dow Jones caiu 0,65%, a 45.952,24 pontos; o S&P 500 recuou 0,63%, a 6.629,07 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,47%, a 22.562,53 pontos.

Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br

A aversão ao risco aumentou após o banco regional Zions Bancorp registrar baixa contábil de US$ 50 milhões para cobrir dois empréstimos sob disputa judicial. O Western Alliance, também regional, informou ter processado o tomador Cantor Group V por suposta fraude. O temor de acumulação de “sour loans” nos balanços de bancos regionais e da corretora Jefferies provocou forte realização de lucros no setor financeiro.

No noticiário político externo, o presidente norte-americano Donald Trump conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin para tratar de um possível fim da guerra na Ucrânia. Nos EUA, o shutdown do governo federal chegou ao 16º dia sem acordo no Congresso.

Outros mercados

Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,69%, aos 571,66 pontos, impulsionado por vitória política na França e pelo salto das ações da Nestlé. Na Ásia, o Nikkei fechou em alta de 1,27%, aos 48.277,74 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,09%, aos 25.888,51 pontos.

O petróleo caiu mais de 1%, atingindo o menor nível desde maio, e o ouro engatou a quinta alta consecutiva, superando US$ 4.300 por onça-troy, refletindo a busca por proteção em meio à incerteza sobre o setor bancário norte-americano.