São Paulo, 8 de setembro de 2025 – O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira em baixa de 0,59%, aos 141.700 pontos, após ter renovado máximas históricas na sexta-feira. O movimento refletiu realização de lucros, sobretudo em bancos e varejistas, enquanto investidores aguardam a retomada, amanhã, do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e a divulgação do IPCA de agosto, prevista para quarta-feira.
O giro financeiro somou R$ 16,7 bilhões, abaixo da média diária de R$ 23,8 bilhões registrada no ano.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou praticamente estável, cotado a R$ 5,4173, avanço de 0,09%.
Mais do que o desfecho do julgamento, participantes de mercado demonstram preocupação com possíveis novas retaliações comerciais dos Estados Unidos, depois que o presidente norte-americano Donald Trump impôs tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, citando o processo contra Bolsonaro como um dos motivos.
No front externo, dados de inflação dos EUA, que serão divulgados ao longo da semana, podem influenciar as apostas para a reunião do Federal Reserve marcada para 17 de setembro. Nesta segunda-feira, o S&P 500 subiu 0,21% e o rendimento dos Treasuries de 10 anos recuou, sustentando a expectativa de corte de juros pelo banco central norte-americano.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) oscilaram dentro de faixa estreita. No fim da tarde, o DI para janeiro de 2027 cedeu a 13,925% (-1 ponto-base), enquanto o janeiro de 2028 recuou para 13,235% (-0,6 p.b.). Nos vértices mais longos, o DI para janeiro de 2031 caiu a 13,48% e o de 2033 a 13,66%, baixa de 5 p.b.
No mercado norte-americano, os rendimentos dos Treasuries prolongaram a queda iniciada na sexta-feira, após dados do mercado de trabalho reforçarem a possibilidade de redução dos juros pelo Fed.
Imagem: Equipe Money Times via moneytimes.com.br
O Boletim Focus divulgado pela manhã mostrou estabilidade na projeção mediana para a inflação de 2025, mantida em 4,85%. Para 2026, a estimativa recuou de 4,31% para 4,30%. As expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto passaram de 2,19% para 2,16% em 2025 e de 4,31% para 4,30% em 2026.
Fora do índice, Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) dispararam mais de 15%. Segundo o especialista Felipe SantAnna, da Axia Investing, o fluxo de compras, liderado por casas como JP Morgan, UBS e Goldman Sachs, sugere a possibilidade de um short squeeze. A B3 chegou a colocar AZUL4 em leilão para conter a volatilidade.
No Ibovespa, Raízen (RAIZ4) avançou 5,47% após notícias de interesse de investidores na companhia. A empresa informou que seus controladores avaliam alternativas de capitalização, sem decisão até o momento. Já CVC (CVCB3) recuou 4,5% e Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,88% em sessão de ajustes.
Na Argentina, ações locais despencaram mais de 13% e títulos soberanos caíram acima de 6% após a derrota do governo libertário nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. O peso renovou mínimas históricas, e o presidente Javier Milei convocou reunião de gabinete para avaliar a situação.
Com informações da Reuters.