Ibovespa recua 2,1% e registra a segunda maior queda de 2025, puxado por bancos

Mercado Financeiro31 minutos atrás6 pontos de vista

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São Paulo — O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira, 19 de agosto, em baixa de 2,1%, aos 134.098 pontos, maior tombo desde 4 de abril e o segundo mais acentuado do ano. A forte realização devolveu o principal índice da B3 ao patamar de duas semanas atrás.

Por que caiu

O movimento foi liderado pelas ações do setor financeiro, pressionadas pelo impasse envolvendo sanções dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes e o risco de punições pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a instituições que sigam determinações estrangeiras. Os papéis de grandes bancos despencaram entre 3,7% e quase 6% no dia; o segmento responde por cerca de 26% da carteira teórica do índice.

Mais cedo, o ministro do STF Flávio Dino decidiu que ordens judiciais ou executivas de governos estrangeiros não têm eficácia no Brasil sem homologação prévia, colocando as instituições financeiras entre a possibilidade de descumprir a legislação local e a de contrariar a Casa Branca.

Desempenho acumulado

Com o recuo de hoje, o Ibovespa acumula perda de 1,4% na semana, preserva alta de 1% em agosto e avança 11,76% no ano.

Negócios e composição

O volume financeiro somou R$ 15,5 bilhões, abaixo da média diária dos últimos 12 meses (R$ 16,5 bilhões). Das 84 ações do índice, 76 fecharam em queda. Entre as maiores baixas estiveram:

  • Raízen PN (RAIZ4): −9,57%
  • Cosan ON (CSAN3): −6,41%
  • Banco do Brasil ON (BBAS3): −6,03%
  • Natura ON (NATU3): −5,19%
  • B3 ON (B3SA3): −4,79%

No lado positivo, poucos papéis escaparam do movimento vendedor, entre eles Minerva ON (BEEF3), que avançou 2,93%, e Suzano ON (SUZB3), com alta de 0,78%.

Juros futuros

No mercado de juros, as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram:

  • Jan/2026: de 14,89% para 14,91% ao ano
  • Jan/2029: de 13,20% para 13,45% ao ano
  • Jan/2036: de 13,61% para 13,80% ao ano

Contratos mais longos refletem maior preocupação do investidor com o risco fiscal.

Câmbio

O dólar comercial subiu 1,2%, fechando a R$ 5,50, enquanto o índice DXY avançou 0,1%. Na semana, a moeda acumula alta de 1,87%; em agosto, recua 1,8%. No acumulado de 2025, ainda está 11% mais barata frente ao real.

Cenário externo e cautela

No exterior, investidores acompanharam sem avanços concretos as tratativas por um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, mediadas pelo ex-presidente Donald Trump. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, na sexta-feira, que pode oferecer pistas sobre um eventual corte de juros nos EUA em setembro.

Nos Estados Unidos, o aumento da compra de opções de proteção contra queda nas big techs também contribuiu para o humor negativo. O Nasdaq 100 sobe quase 40% desde o fundo de abril, mas a busca por hedge indica receio de correção. A Meta, por exemplo, informou ao jornal New York Times que planeja enxugar sua divisão de inteligência artificial após anunciar investimentos bilionários no segmento.

Com tantos pontos de incerteza — da tensão diplomática Brasil-EUA à política monetária norte-americana —, analistas projetam mais volatilidade para os próximos pregões.

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