O Ibovespa atingiu nesta semana a marca inédita de 159 mil pontos, consolidando uma sequência de valorização considerada a mais robusta desde o lançamento do Plano Real, em 1994. O desempenho reacendeu a discussão sobre a viabilidade de novos aportes em ações no atual patamar.
Antônio Sanches, analista de research da Rico, afirma que o mercado acionário segue atrativo para quem busca participação no crescimento de empresas no longo prazo. “Investir em ações significa tornar-se sócio das companhias, acompanhando a expansão dos lucros e, consequentemente, do patrimônio”, observa.
Segundo Sanches, o principal apelo das ações é a possibilidade de valorização ao longo dos anos, além do recebimento de dividendos. Ele lembra, porém, que o preço dos papéis oscila diariamente e não conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Durante a pandemia, houve quedas de até 60% em poucos dias, seguidas de rápida recuperação”, relembra.
Por isso, o especialista recomenda visão de prazo mínimo entre três e cinco anos, disciplina nos aportes e compreensão de que a volatilidade faz parte do processo.
O analista aconselha formar uma reserva de emergência e identificar o próprio perfil — conservador, moderado ou arrojado — antes de direcionar recursos à renda variável. “Quem consegue manter o dinheiro aplicado por mais tempo e não precisa resgatar em momentos de queda tende a se adaptar melhor”, diz.
No cenário macroeconômico, períodos de corte da taxa Selic costumam favorecer a Bolsa, uma vez que juros menores reduzem a atratividade da renda fixa e direcionam fluxo para ações. “Ainda assim, tentar acertar o momento exato é um erro clássico; tempo de permanência no mercado importa mais que timing”, destaca.
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Sanches sugere o método top-down: analisar primeiro o ambiente econômico, depois os setores com melhores perspectivas e, por fim, escolher empresas sólidas. Entre os critérios, recomenda avaliar lucros consistentes, margens saudáveis, baixo endividamento e múltiplos como Preço/Lucro em comparação com concorrentes.
• Definir o perfil de investidor.
• Montar reserva de emergência em produtos de alta liquidez, como Tesouro Selic ou CDBs.
• Escolher uma corretora bem avaliada, com taxas competitivas e acesso a relatórios.
• Optar pela forma de aplicação: fundos de ações, ETFs que replicam índices como Ibovespa ou IDIV, ou carteiras recomendadas por analistas.
• Realizar aportes regulares, mantendo foco de longo prazo para diluir volatilidade.
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