A Índia segue comprometida com as negociações comerciais com os Estados Unidos mesmo após o presidente americano, Donald Trump, assinar na quinta-feira (31) um decreto que impõe tarifa de 25% às exportações indianas, informou nesta sexta-feira (1º) uma fonte do governo em Nova Déli.
O decreto de Trump aumentou as alíquotas sobre diversos parceiros: 35% para produtos do Canadá, 50% para o Brasil, 20% para Taiwan e 39% para a Suíça. Segundo a fonte indiana, até US$ 40 bilhões (R$ 224,9 bilhões) em vendas externas da quinta maior economia do mundo podem ser afetados pela nova medida.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Índia afirmou que “o foco permanece na agenda substantiva assumida pelos dois países” e demonstrou confiança em avanços no relacionamento bilateral. Uma delegação norte-americana é esperada em Nova Déli ainda este mês para dar continuidade às conversas.
Os diálogos enfrentam impasses principalmente no acesso dos EUA ao setor agrícola e de laticínios indiano, considerado altamente protegido. A mesma fonte ressaltou que o governo não pretende abrir mão dessas áreas, citando restrições religiosas à alimentação de animais usados na produção de lácteos.
Na quarta-feira (30), Trump ameaçou novas penalidades à Índia por suas relações comerciais com a Rússia e por integrar o Brics, bloco que, segundo o presidente, adotaria “políticas antiamericanas”. O conteúdo e o alcance dessas possíveis sanções ainda não foram detalhados.
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Autoridades norte-americanas reconhecem que as divergências não serão solucionadas rapidamente. Atualmente, os EUA registram déficit de US$ 46 bilhões (R$ 259 bilhões) no comércio com a Índia.
Com informações de Folha de S.Paulo