Washington – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou na terça-feira (data local) que as próximas nomeações do presidente Donald Trump para o Federal Reserve (Fed) devem “alterar a composição” do banco central e, consequentemente, “mudar a narrativa” sobre o rumo da política monetária.
Em entrevista ao programa “Kudlow”, da FOX Business, Bessent ressaltou que há duas vagas em aberto: o cargo de presidente do Fed, que ficará vago quando Jerome Powell deixar o posto em maio do próximo ano, e um assento no Conselho de Governadores. “Com essas duas indicações, o presidente terá maioria no conselho em Washington”, afirmou.
Bessent disse ter sugerido o nome de Stephen Miran, atual presidente do Comitê Nacional de Assessoria Econômica da Casa Branca, para ocupar o assento no conselho. Segundo o secretário, Miran é “ponderado, metódico e tem muito a contribuir” sobre o Fed. Analistas do programa consideraram que a eventual escolha de Miran pode enfraquecer a liderança de Powell antes mesmo do fim de seu mandato.
Durante a entrevista, Bessent mencionou revisões recentes de dados econômicos e defendeu a possibilidade de um corte de 50 pontos-base na reunião de setembro, como forma de compensar a demora nas decisões sobre a taxa básica. No mesmo dia, Trump voltou a exigir redução dos juros em publicação na rede Truth Social, chamando Powell de “Jerome ‘Demorou’ Powell” e alegando que o presidente do Fed “precisa baixar a taxa agora”.
Imagem: Kristen Altus FOXBusiness via foxbusiness.com
Bessent afirmou que Trump tem “mente muito aberta” para escolher quem comandará o banco central e revelou que o presidente chegou a considerar reconduzir Janet Yellen. Segundo o secretário, três pontos são decisivos na escolha: a orientação de política monetária, a visão regulatória e a capacidade de gerir e reestruturar a instituição. “O Fed está inchado, e esse excesso coloca em risco sua independência monetária”, comentou.
Trump prometeu anunciar o indicado ao Conselho de Governadores até o fim da semana. O escolhido deve ser também um dos principais concorrentes ao cargo de presidente da autoridade monetária.