A inflação medida pelo índice de despesas de consumo pessoal (PCE), métrica acompanhada de perto pelo Federal Reserve, voltou a subir em junho. Dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos apontam aumento de 0,3% na comparação mensal e de 2,6% em 12 meses, taxa acima da projeção de analistas ouvidos pela LSEG e superior aos 2,3% registrados em maio.
O PCE núcleo – que exclui itens voláteis como alimentos e energia – também avançou 0,3% frente a maio e 2,8% em relação a junho de 2024. No mês anterior, os resultados haviam sido 0,2% e 2,7%, respectivamente.
Na abertura por categorias, os preços de bens subiram 0,6% em 12 meses, com alta de 0,9% para bens duráveis e de 0,5% para não duráveis. Já o segmento de serviços ficou 3,5% mais caro no mesmo período.
Os salários e vencimentos avançaram apenas 0,1% na passagem de maio para junho, ritmo mais fraco desde pelo menos novembro. A taxa de poupança pessoal manteve-se em 4,5% da renda disponível.
O relatório foi publicado um dia após o Federal Reserve manter a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,5% pela quinta reunião consecutiva. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central dispõe de tempo para avaliar os efeitos das tarifas impostas pelo governo dos EUA sobre a inflação e o mercado de trabalho.
Analistas da Oxford Economics destacaram que o consumidor mostra sinais de desaceleração, enquanto as tarifas começam a pressionar os preços de produtos. Para o Fed, o objetivo é trazer a inflação de volta à meta de 2% antes de considerar cortes de juros.
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No mercado futuro, a probabilidade de redução dos juros em setembro caiu de 46,7% para 39% após a divulgação do PCE, segundo o CME FedWatch. A chance de manutenção da taxa subiu de 52,4% para 61%.
Com isso, o banco central reforça a estratégia de observar se a alta recente dos preços de bens permanecerá limitada ou se se espalhará para o restante da economia.
Com informações de Fox Business