Inflação dos alimentos em São Paulo recua pela 11ª quadrissemana, mas desacelera em agosto

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A inflação dos alimentos na cidade de São Paulo caiu pelo décimo primeiro período quadrissemanal consecutivo, mas a intensidade da queda diminuiu em agosto, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O recuo médio foi de 0,11% no mês, depois de ter atingido retração de 0,67% na primeira quadrissemana de julho.

Com o resultado de agosto, a alta acumulada dos alimentos em 2025 voltou a 2,5%, patamar próximo ao índice geral de preços do mesmo intervalo, de 2,4%.

Principais produtos em queda

Alimentos básicos puxaram o índice para baixo. Arroz, feijão, tomate, batata, mamão e o corte bovino acém apresentaram recuos significativos, refletindo o comportamento dos preços no campo.

O café também seguiu em declínio no varejo, mas em ritmo menor: -1% em agosto ante -3,5% em julho. No mercado produtor, porém, a saca registrou forte alta no mês passado, de 28% para o arábica e de 49% para o robusta, de acordo com o Cepea. A elevação foi motivada por incertezas sobre a atual safra, riscos climáticos para a próxima florada e impactos do aumento de tarifas de exportação.

Oferta menor à frente

Apesar da atual pressão de baixa, a disponibilidade de arroz deve diminuir com a chegada da entressafra nos últimos meses do ano, enquanto o feijão sofreu quebra de 10% na segunda safra.

Comportamento das carnes

Mesmo com demanda externa aquecida e produção recorde no primeiro semestre, as carnes mantiveram recuos para o consumidor: bovina (-1,5%), suína (-6%) e de frango (-1%). No campo, a arroba bovina subiu 5% em agosto.

Laticínios e produtos in natura

O leite longa vida ficou 1% mais barato no varejo, acompanhando queda de 1,6% nos preços ao produtor, num cenário de oferta crescente e consumo estável.

Imagem: redir.folha.com.br

Verduras recuaram 4,8% em agosto, com destaque para alface e couve. Entre os legumes, a redução média foi de 1%, influenciada pela queda de 9% no tomate. Tubérculos como batata, cebola e alho caíram 6%.

Altas pontuais

Na direção oposta, banana, limão e pão registraram aumento de preços, sendo o pão 1% mais caro para os paulistanos.

Suco de laranja

Os estoques globais de suco de laranja detidos por empresas brasileiras filiadas à CitrusBR alcançaram 146,3 mil toneladas no fim de junho, 25,4% acima do volume de junho de 2024. Apesar da alta, os estoques seguem baixos porque a safra de laranja de São Paulo e Triângulo Mineiro, estimada em 231 milhões de caixas, é a menor em 30 anos.

A melhora de 7% no rendimento industrial elevou a produção de suco a 703 mil toneladas, ainda 22% inferior à da temporada anterior.