INSS ou previdência privada? Especialistas explicam como autônomos podem planejar a aposentadoria

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Profissionais que atuam sem carteira assinada costumam se deparar com uma dúvida quando sobra dinheiro no fim do mês: aumentar o valor recolhido ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou direcionar a quantia para um plano de previdência privada? Advogados e analistas ouvidos pelo InfoMoney afirmam que a resposta envolve conhecer os limites do sistema público e as possibilidades de investimento de longo prazo.

Contribuição ao INSS é obrigatória para quem trabalha por conta própria

Advogado do escritório Fonseca Brasil Serrão, Gabriel Martel lembra que o INSS funciona como um seguro social. Autônomos, profissionais liberais, prestadores de serviço e trabalhadores informais são enquadrados como contribuintes individuais e, portanto, segurados obrigatórios. A contribuição garante acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte.

Segundo a advogada Daniela Poli Vlavianos, do Arman Advocacia, recolher mensalmente não assegura, por si só, cobertura adequada. Contribuições feitas com erro de código, valor abaixo do mínimo ou interrupções podem não ser reconhecidas no momento do pedido do benefício.

Liberdade limitada para definir alíquota e valor

O contribuinte individual decide quando começar a pagar e qual valor recolher, respeitando o salário mínimo como piso e o teto previdenciário como limite máximo. As alíquotas disponíveis são de 20%, 11% ou 5%, cada uma com regras específicas. Martel alerta que optar por uma porcentagem menor sem entender as restrições pode resultar em benefício reduzido no futuro.

Erros mais comuns no recolhimento

Especialistas apontam quatro falhas frequentes:

  • pagamentos abaixo do valor mínimo;
  • uso incorreto do código na guia de recolhimento;
  • períodos sem contribuição, que levam à perda da qualidade de segurado;
  • contribuições altas por pouco tempo, sem efeito relevante no cálculo da aposentadoria.

Esses problemas costumam aparecer apenas quando o trabalhador solicita o benefício e podem resultar em indeferimento ou redução do valor a receber, observa Vlavianos.

Não há aporte extra no INSS

De acordo com Martel, o INSS não deve ser confundido com uma poupança. Não existe contribuição voluntária além das faixas permitidas, e recolhimentos acima do teto não aumentam a aposentadoria. Quem paga além do limite simplesmente perde dinheiro.

Previdência privada como complemento

A analista de fundos Clara Sodré, da XP Investimentos, destaca que a previdência privada se modernizou. Há fundos com carteiras diversificadas e diferentes perfis de risco, permitindo que o investidor utilize o produto para formar reserva de longo prazo. Os aportes recorrentes ainda criam disciplina financeira automática.

Para quem já contribui corretamente ao INSS, a estratégia indicada pelos especialistas é separar funções: o sistema público garante a proteção básica, enquanto a previdência privada serve para acumular patrimônio adicional. A própria XP, lembra Sodré, oferece apoio para escolher o fundo mais adequado ao perfil e ao horizonte do investidor.

Em comum, os profissionais consultados reforçam que recolher ao INSS sem planejamento cria falsa sensação de segurança. Entender as regras, corrigir eventuais falhas e combinar o seguro social com instrumentos privados formam o caminho apontado para uma aposentadoria mais estável.

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